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Decisão do Copom de aumentar Selic em 0,25 prejudica o país

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imagem de um gráfico com seta representando crescimento

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na quarta-feira 18, aumentar o nível atual da taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, atingindo 10,75% ao ano. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que desde 2021 vem realizando campanha por juros baixos ao lado da CUT e outras centrais sindicais, reitera que esse aumento da Selic é danoso para toda a sociedade, pois inibe o crescimento da economia e favorece apenas o capital rentista.

Com esse aumento, o Brasil segue com uma das mais altas taxas de juros reais do mundo, acima de 6%, minando os investimentos produtivos, com encarecimento do crédito, o que tem consequências diretas sobre a geração de emprego e renda. Os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras.

O Banco Central, presidido por Campos Neto, continua apostando em alta inflacionária, contudo, os indicadores têm apresentado queda. Para o mês de agosto, o IPCA apresentou deflação de 0,02% e no acumulado dos últimos 12 meses o indicador é de 4,24%, abaixo dos 4,61% observados no acumulado de 12 meses do ano anterior.

“Na justificativa do aumento, o BC destacou, no comunicado sobre a decisão, a piora das expectativas do mercado sobre a inflação e depreciação do câmbio, além de mencionar dinamismo econômico maior que o esperado, ou seja, uma crítica ao crescimento do PIB e à melhora no mercado de trabalho. Nem ao menos considerou a deflação do IPCA de agosto. O Copom também indicou que estaria dando início a um novo ciclo de aumentos consecutivos na Selic. Uma política abusiva, visivelmente contrária ao desenvolvimento do país”

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato

Na contramão

O Dieese calcula que a elevação de 0,25 p.p. na Selic aumentará em R$ 13 bilhões os gastos da União com os juros dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, por ser o principal índice de negociação desses papéis. Isso se a taxa for mantida neste patamar durante os próximos 12 meses, pois cada 1% de aumento na Selic eleva em R$ 40 bilhões os custos com os títulos.

Só em 2023, a União pagou mais de R$ 732 bilhões com juros dos títulos. O valor equivale a 4,3 vezes os investimentos com o Bolsa Família, 8 vezes o montante direcionado para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), voltado à recomposição e expansão da infraestrutura do país, além de 3,3 vezes o orçamento para a Saúde e 5 vezes o orçamento para a Educação.

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