
Milhares de pessoas tomaram as ruas em 33 cidades do Brasil neste domingo (21) contra a PEC da Blindagem e os projetos que tentam garantir anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Em São Paulo, o protesto em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) reuniu cerca de 42,4 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP).
O mote "Congresso inimigo do povo" esteve presente em diversos cartazes, sendo que a atuação de parte do Congresso em favor da PEC da Blindagem, que dificulta a investigação de deputados e senadores, a da anistia para golpistas foi um dos principais motivos para as pessoas irem às ruas.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região esteve presente e apoiou a mobilização, reforçando que, enquanto parlamentares debatem propostas que favorecem a blindagem de políticos e a anistia de golpistas, projetos que trariam benefícios concretos à população, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a isenção de IR sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o fim da escala 6×1, permanecem paralisados.

"As manifestações de domingo mostraram que a sociedade não aceita a chamada PEC da Blindagem, que é uma afronta à democracia e busca proteger políticos em vez de atender as necessidades da população. O Congresso tem pautas muito mais urgentes e relevantes para votar, como o fim da jornada extenuante de seis dias por um de descanso e a ampliação da isenção do Imposto de Renda, que trariam alívio e dignidade à classe trabalhadora, entre outras. O país precisa avançar em justiça social, e não retroceder em privilégios", afirmou Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato, durante sua participação no protesto.
Mobilização nacional

As manifestações ocorreram em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, João Pessoa, Maceió, Natal, Teresina, Belém, Manaus e Cuiabá, além de diversas cidades do interior.
Em Copacabana, no Rio de Janeiro, cerca de 41,8 mil pessoas acompanharam o ato cultural com apresentações de Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Djavan, que entoaram músicas históricas de resistência, como Cálice e Apesar de Você.
"Não podemos deixar de responder aos horrores que vêm se insinuando à nossa volta", declarou Caetano. Gilberto Gil lembrou que "o Brasil já passou por momentos parecidos sempre em busca da autonomia, o bem maior do nosso povo".
