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Chapéu
Coletiva de imprensa

‘Demissões no Itaú são ilegais e Sindicato vai entrar com ação coletiva’, afirma Neiva Ribeiro

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Imagem mostra Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo. É uma mulher morena com cabelos escuros e lisos. Veste um terno cinza claro sobre uma blusa preta

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Ribeiro, afirmou nesta quinta-feira 11 que as demissões em massa promovidas pelo Itaú são ilegais e, por isso, a entidade ingressará com ação judicial coletiva e por danos morais.

“Nós vamos entrar com uma ação coletiva para a reintegração desses trabalhadores, baseados no fato de que o Tribunal Superior do Trabalho já decidiu que demissão em massa não pode ser feita sem diálogo prévio com o Sindicato. E isso não foi feito, nós fomos comunicados junto com os trabalhadores no mesmo dia, fomos pegos de surpresa”, disse Neiva durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira 9.

Quanto à questão do dano moral, Neiva citou a forma como as demissões foram divulgadas ao público. “Quando o Itaú faz esse anúncio público de que [a causa das demissões] é a produtividade, de que as pessoas provavelmente estão trabalhando 20% do que elas deveriam trabalhar, o banco coloca esse grupo de trabalhadores ao jugo da opinião pública, de que eles são ociosos, de que eles estão enganando o banco, não estão trabalhando o tanto que foi combinado, e pelos relatos que a gente está vendo aqui, isso não é verdade.”

Ao mesmo tempo em que a coletiva ocorria, uma plenária com quase 400 bancários demitidos estava sendo realizada. “Desse grupo, 86 pessoas receberam um prêmio de remuneração de alto desempenho individual. Causa espanto que sejam desligados trabalhadores premiados com um bônus de alto desempenho, além do que já está na Convenção Coletiva e além da remuneração que a gente negocia.”

A presidenta do Sindicato criticou a forma como se deu todo o processo. “Foi muito ruim. Não foram respeitadas as mesas, o diálogo. Nós evitamos levar os conflitos para a Justiça. Gostamos de fazer negociação (…) mas o Itaú não deu outra alternativa para nós.”

Neiva ressaltou que se reunirá também com os trabalhadores da ativa do Itaú, que ainda mantém 45 mil trabalhadores em home office.

“A gente também tem que conversar com esse grupo e entender que tipo de proteção nós temos que ter, que tipo de mobilização nós temos que organizar para nos preparar, para nos proteger dessa ação. Se o Itaú está fazendo isso, outros bancos também devem estar fazendo.”

‘Ganância’

Perguntada sobre qual a sua tese para as demissões, Neiva respondeu que “os bancos querem reduzir o custo operacional para aumentar o lucro deles e pagar mais dividendos para os acionistas. Explorar ao máximo o trabalhador, tirar o couro e depois ficar com o resultado do nosso trabalho, da nossa produção, do nosso suor, e ainda taxar a gente de ocioso.

“É ganância, porque a empresa lucrou só esse ano R$ 22,6 bilhões reduzindo os postos trabalho, investindo em automação para eles acumularem mais lucro para distribuírem mais dinheiro para os acionistas, que inclusive não pagam imposto de renda sobre os lucros e dividendos”, finalizou.

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