
Deputados estaduais da oposição protocolaram, na última quarta-feira (10), um pedido de impeachment contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na Assembleia Legislativa. A iniciativa foi liderada por parlamentares do PT e do Psol, que acusam o chefe do Executivo paulista de usar o cargo e recursos públicos para atacar o Poder Judiciário e afrontar a Constituição Federal.
Segundo os deputados, Tarcísio teria utilizado a estrutura do governo estadual para atuar em Brasília na articulação pela aprovação de uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a outros acusados da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. A agenda oficial do governador confirma reunião na capital federal no dia 2 de setembro, mas não registra compromissos no dia 3, quando ele teria atuado na defesa da proposta.
Além disso, os parlamentares lembram que, em ato na avenida Paulista, Tarcísio incentivou o desrespeito às decisões da Corte. Para a oposição, tais episódios não são isolados, mas fazem parte de uma estratégia coordenada de deslegitimação do STF e de proteção a réus envolvidos nos atos golpistas.
"Ele violou o juramento que fez ao assumir o cargo: defender a Constituição e a democracia. Em Brasília, usou recursos públicos e a estrutura do governo de São Paulo para articular uma anistia a Bolsonaro e aos réus do 8 de janeiro, tentando interferir diretamente no julgamento em curso no STF", publicou o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) em suas redes sociais.
"Na Paulista, chamou ministro do Supremo de 'ditador', incentivou o desrespeito às decisões judiciais e atacou o Estado Democrático de Direito. Isso não é opinião política: é crime de responsabilidade, é obstrução da Justiça, é traição ao povo paulista", complementou Marcolino.
Bancários apoiam oposição
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região manifestou apoio à iniciativa dos parlamentares, destacando que o pedido de impeachment se insere na defesa da democracia e da soberania nacional. Para a entidade, é inadmissível que um governador de Estado utilize seu cargo para enfraquecer as instituições democráticas e desrespeitar a Constituição.
"É inaceitável que um governador eleito use a estrutura pública para atacar o Poder Judiciário e apoiar medidas que fragilizam a democracia. O Brasil viveu uma tentativa de golpe em 8 de janeiro e não podemos normalizar nenhum gesto de conivência com aqueles que atentaram contra a Constituição. O Sindicato dos Bancários apoia a iniciativa dos parlamentares, porque defender a democracia e a soberania nacional é defender também os direitos da classe trabalhadora. Não existe emprego, renda nem justiça social sem democracia", afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato.
