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Liberados dos interditos proibitórios que obrigavam a abertura das agências, mais bancários e mais locais de trabalho aderiram à greve em São Paulo, Osasco e região, nesta segunda (10). De acordo com balanço finalizado às 15h30, 271 locais permaneceram fechados, totalizando cerca de 30 mil bancários em greve. No Centro, 57 locais ficaram parados; na zona Leste, 64; na Norte, 40; na Oeste, 18; na Sul, 23; em Osasco, 43, e na região da Paulista, 26. Desses, 20 mantiveram atendimento parcial à população.
A paralisação teve início na quinta, dia 6, quando atingiu prioritariamente as grandes concentrações dos bancos: no total foram 160 locais de trabalho e 25 mil bancários parados. Na sexta (7), mais 50 agências bancárias pararam, abrangendo 26 mil trabalhadores.
“Os bancários estão demonstrando sua disposição de luta, apesar de toda pressão que sofrem para furar a greve”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Hoje, a partir das 18h, a categoria faz assembléia na Quadra do Sindicato (Rua Tabantingüera, 192, Sé) para avaliar o movimento. Às 20h, está agendada uma nova rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O local da reunião ainda não foi divulgado. A última rodada aconteceu em 20/9, quando os banqueiros apresentaram proposta de 4% de reajuste, rejeitada pelos trabalhadores em assembléia no dia 21.
As reivindicações – A minuta de reivindicações foi entregue aos banqueiros em 11 de agosto e contém 100 cláusulas econômicas e sociais. Saúde é um dos eixos de campanha e há cláusulas de prevenção, reabilitação e isonomia dos trabalhadores afastados com os da ativa. Os bancários querem reajuste salarial de 11,77% (reposição da inflação de 5,69%, ICV Dieese, mais aumento real de 5,75%), PLR maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), valorização dos pisos, garantia de emprego e novas conquistas – como o 14º salário, 13ª cesta-alimentação, proteção salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%). Dentre as cláusulas sociais, há pontos como a promoção da igualdade de oportunidades e o controle de tempo de espera nas filas. Também são reivindicados o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; ampliação do horário de atendimento ao público para das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho; medidas para coibir e combater o assédio moral; continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária; eleição de delegados sindicais nos locais de trabalho.
A categoria bancária protesta, em greve nacional, contra o reajuste de 4% oferecido pelos banqueiros na última rodada de negociação ocorrida em 20 de setembro.
A categoria – A data-base da categoria é 1º de setembro. O contrato coletivo de trabalho dos bancários é nacional. No Brasil há cerca de 400 mil bancários. Em São Paulo, Osasco e Região são 106 mil trabalhadores distribuídos em torno de 3 mil locais de trabalho. No ano passado, os bancários receberam reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77% (no piso salarial), contra uma inflação de 6,4%.