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O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região vem a público informar que, ao contrário do que vem afirmando a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os banqueiros foram avisados, pelos bancários, da recusa da proposta de 4% de reajuste no dia 22 de setembro, conforme ofício anexo (veja protocolo da entidade) que solicitou a retomada das negociações. O mesmo ofício foi veiculado pela Folha Bancária, jornal do Sindicato, que tem tiragem de 100 mil exemplares e é distribuído a todos os bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Quanto a uma nova proposta dos bancários, essa não existe. As reivindicações da categoria (veja abaixo) foram definidas em encontros estaduais e em conferência nacional realizada com bancários de todo o Brasil e não será alterada.
“Ou Márcio Cypriano, da Fenaban, tem problemas de memória, por isso não se lembra de que foi comunicado da recusa há mais de 10 dias, ou precisa rever sua relação com seus assistentes, se não recebeu um documento que foi protocolado pela entidade que preside”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “É princípio desse Sindicato apostar no processo negocial até seu esgotamento, o que não está acontecendo dessa vez por intransigência dos banqueiros. Nossas reivindicações são as mesmas e muito justas para um setor que lucra tanto. Os bancários não abrirão mão do aumento real e da PLR maior, por isso vão à greve a partir do dia 6”, completa.
Hoje (4), a partir das 13h, os bancários protestam em frente à sede da Fenaban (rua Líbero Badaró, 425) contra a censura ao mote da campanha salarial.
As reivindicações – A minuta de reivindicações entregue aos banqueiros em 11 de agosto contém 100 cláusulas econômicas e sociais. Saúde é um dos eixos de campanha e há cláusulas de prevenção, reabilitação e isonomia dos trabalhadores afastados com os da ativa. Os bancários querem reajuste salarial de 11,77%, PLR maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), valorização dos pisos, garantia de emprego e novas conquistas – como o 14º salário, 13ª cesta-alimentação, proteção salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%). Dentre as cláusulas sociais, há pontos como a promoção da igualdade de oportunidades e o controle de tempo de espera nas filas. Também são reivindicados o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; ampliação do horário de atendimento ao público para das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho; medidas para coibir e combater o assédio moral; continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária; eleição de delegados sindicais nos locais de trabalho.
Banco do Brasil – Os funcionários do BB fazem assembléia hoje, a partir das 19h (rua Tabatingüera, 192, Sé) para deliberar sobre a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) feita pelo banco após várias rodadas de negociação sobre essas questões específicas. A PLR, que no BB é semestral, seria paga da seguinte maneira: 40% do salário, mais valor fixo de R$ 365, mais 4% do lucro líquido distribuído linearmente a todos. “Ou seja, a direção do BB está aceitando pagar aos seus trabalhadores uma PLR mais justa, como reivindicam todos os bancários. Se o Banco do Brasil pode, porque a Fenaban não pode?”, questiona Marcolino.
Greve – Amanhã, os bancários de todos os bancos decidem se fazem greve por tempo indeterminado a partir do dia 6. A assembléia acontece a partir das 19h, na Quadra dos Bancários (rua Tabatingüera, 192, Sé).
A categoria – A data-base da categoria é 1º de setembro. No Brasil há cerca de 400 mil bancários. Em São Paulo, Osasco e Região são 106 mil trabalhadores distribuídos em torno de 3 mil locais de trabalho. No ano passado, os bancários receberam reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77% (no piso salarial), contra uma inflação de 6,4%.