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Encontro Nacional começa com represália dos banqueiros

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Na abertura do Encontro Nacional dos Bancários, que conta com cerca de 1.500 trabalhadores de todo o país, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, contou que na manhã de hoje foi deixado no Sindicato, por um oficial de Justiça acompanhado de quatro policiais militares, uma ação cautelar inominada com pedido de liminar que determina a retirada de todas as propagandas veiculadas em outdoor na campanha salarial dos bancários.

A propaganda, que está em dezenas de outdoors espalhados por toda cidade de São Paulo, também está no site www.spbancarios.com.br e foi veiculada nos jornais do Sindicato. Ela traz os dizeres: "Juros altos, tarifas abusivas, filas... #$¨@**&/#<@##¨#!*&>@?|}#", mote da campanha da categoria (veja no link: Censurado: #$¨@**&/#<@##¨#!*&>@?|}#).

Para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que ingressou com o pedido de liminar concedida pelo juiz titular da 18ª Vara Cível, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, os outdoors trazem "dizeres ofensivos à imagem e honra das instituições financeiras de maior destaque nacional e de seus presidentes, expondo a imagem destes e dos bancos sem qualquer autorização". Ocorre que as fotos utilizadas no outdoor, dos presidentes do Bradesco, Itaú, Unibanco, Banco do Brasil, ABN Real, Santander Banespa, são todas fotos publicadas em veículos de comunicação de grande circulação.

A liminar foi concedida com base nos artigos 1º e 14 da Lei nº 5.250, de 9/2/1967 "da época da ditadura militar, é bom lembrar" que afirmam que não será tolerada propaganda de preconceito de raça ou classe, sob pena de um a quatro anos de prisão. A liminar determina a retirada de todas as propagandas, sejam em outdoors, panfletos, internet, jornais de classe, sob pena de multa diária de 50 mil reais.

"Isso um absurdo!", afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. "Além de massacrar os trabalhadores, desrespeitar seu livre direito de manifestação e greve, convocando a PM para abrir agências usando de violência contra os manifestantes, os banqueiros ainda querem reeditar a censura, afirmando que são uma "classe" atingida? Quem acha que #$¨@**&/#<@##¨#!*&>@?|}#?", questiona Marcolino. O presidente lembra também que os bancos usam e abusam de propagandas enganosas, em que vendem produtos e uma imagem que em nada condiz com a realidade.

O Sindicato vai recorrer da medida. Os banqueiros estão usando de todos os artifícios para barrar a campanha salarial dos bancários porque ela estava levando às ruas a verdadeira cara truculenta e exploradora que tanto eles tentam maquiar em suas propagandas;, completa Marcolino.

Minuto de silêncio - Os bancários reunidos no Encontro Nacional na Quadra (Rua Tabatingüera, 192, Sé) fizeram um minuto de silêncio em nome do sapateiro Jair Antonio da Costa, morto ontem (30) em Sapiranga, no Rio Grande do Sul, em confronto com a PM durante manifestação de trabalhadores. Costa era dirigente do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha.
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