Imagem Destaque
Neste primeiro dia de greve, mais de 39 mil bancários permaneceram parados em 517 locais de trabalho entre agências e centros administrativos – de acordo com levantamento realizado até as 16h30 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, de Osasco e Região. A base territorial da entidade abrange cerca de 3 mil locais de trabalho e 106 mil bancários.
Foram 91 locais parados no Centro, 45 na região da Paulista, 145 na Zona Leste, 74 na Zona Oeste, 43 na Zona Sul, 50 na Zona Norte e 69 na região de Osasco. O dia foi marcado pela ampla participação dos bancários que, após pararem sua agências, saiam pelas ruas, com faixas, para ampliar a greve em outros locais (fotos no site www.spbancarios.com.br).
“Os bancários demonstraram já no primeiro dia de greve que estão mobilizados e dispostos a lutar pelo aumento real de salários e por maior participação nos lucros. Os banqueiros, que ano a ano batem recordes de lucratividade, não têm por que negar reajuste de salário aos seus funcionários”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Histórico – A categoria decidiu pela greve por tempo indeterminado em assembléia realizada na noite de ontem (4) e após sete rodadas de negociação em que os banqueiros mantiveram a postura de negar aumento real de salários aos seus funcionários. “Enquanto não houver aumento, não voltamos ao trabalho”, avisa Marcolino.
A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada de negociação e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, 15, 19 e 27 de setembro e 3 de outubro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base é 1º de setembro.
Propostas – O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fizeram a última rodada de negociação no dia 3 de outubro. A proposta apresentada pelos banqueiros foi de reajuste salarial de 2,85% e participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% do salário, mais R$ 823 de parte fixa (os R$ 800 pagos em 2005 corrigidos pelos 2,85% de reajuste proposto), além de um adicional de R$ 750 para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 20% do lucro líquido ou mais. Na primeira proposta, apresentada em 27 de setembro, a Fenaban ofereceu reajuste de 2% para as verbas salariais e PLR de 80% do salário, mais R$ 816, acrescidos de R$ 500, para os bancários de instituições que tiverem crescimento de 25% do lucro líquido, ou mais, em relação ao ano passado.
Reivindicações – A categoria reivindica aumento real de salários de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.
Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.
Também são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.