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Neste ano os bancários inovaram para privilegiar o processo de negociação. As famosas rodadas em que os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) diziam "não para tudo", foram substituídas por reuniões , com quatro rodadas pré-agendadas. Ao todo foram 12 encontros realizados em apenas um mês e meio.
Pela primeira vez em quatro anos, os bancários aprovaram a proposta sem precisar ir à greve geral. A paralisação aconteceu apenas na CEF, uma vez que a direção do banco resistiu durante todo esse tempo em apresentar propostas às reivindicações específicas. A greve foi encerrada após sete dias com a apresentação de uma nova proposta.
"Pelo quarto ano consecutivo, arrancamos aumento real de salários, consolidando uma tendência de recuperação do poder de compra da categoria. Este não foi o único avanço, conseguimos ampliar o pagamento do adicional à PLR e conquistamos a 13ª cesta-alimentação, novo direito que passa a integrar o nosso contrato de trabalho. Além disso, avançamos na luta contra o assédio moral, com a criação de um canal de denúncia e apuração", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem um acordo coletivo de trabalho com validade nacional. Todos os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. A categoria conta com 420 mil bancários, sendo 114 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
A data-base da categoria é 1º de setembro. Os bancários receberão em até 10 dias úteis o adiantamento de 50% da PLR e de seu valor adicional e até o fechamento da folha de pagamento de novembro serão depositadas as diferenças do salário e das demais verbas salariais, além da 13ª cesta-alimentação, nova conquista da categoria que passará a integrar a CCT.
Veja o que os bancários vão receber
Reajuste - Índice de 6%, sendo 1,13% de aumento real.
Cláusula nova - Pagamento da 13ª cesta-alimentação, que neste ano é de R$ 252,36. A conquista será incorporada ao Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), tornando-se um direito adquirido.
PLR - A proposta aprovada garante pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) composta por 80% do salário mais valor fixo de R$ 878, podendo totalizar dois salários de acordo com o lucro dos bancos. Estima-se que devem pagar dois salários Itaú, Bradesco, Unibanco, ABN Real e Santander. A este montante será acrescido adicional à PLR de até R$ 1.800, dependendo do crescimento do lucro de cada banco. Os bancários terão pagamento antecipado de 50% dos valores da PLR e de seu adicional em até 10 dias úteis após a assinatura do acordo que acontecesse nesta quinta. A outra metade será paga até março de 2008.
Dias parados – Não haverá desconto dos dias de greve.
Saúde – As reivindicações de saúde foram remetidas a um grupo bipartite – composto por representantes dos trabalhadores e dos banqueiros – que vai tratar de formas de prevenção, acompanhamento e reabilitação. A obrigatoriedade de emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os bancários que presenciaram assaltos nos locais de trabalho também será discutida por esse grupo.
No Banco do Brasil
A assinatura do acordo acontece nesta quinta, dia 11, às 13h, na sede da Contraf (Rua Líbero Badaró, 158, 1º andar - Centro). Os trabalhadores do Banco do Brasil aprovaram, além da proposta geral da categoria, as seguintes questões específicas:
PLR – Os bancários do BB receberão Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no mesmo formato semestral do ano passado corrigido pelo índice de 6%: 4% do lucro líquido distribuído linearmente (R$ 1.169), mais R$ 439 fixos e um percentual de no mínimo 40% do salário bruto.
Plano de Cargos e Salários (PCS) – Foi aprovada a incorporação nos salários da verba fixa de R$ 33 (campanha de 2004), com reflexos em todos os níveis salariais.
Isonomia e igualdade de direitos - Foi aprovado o adiantamento de férias para pagamento em dez meses, adiantamento salarial para cobrir as consignações em atraso, e na devolução das vantagens por desistência de remoção parcelada em dez vezes.
Na Caixa Econômica Federal
Os trabalhadores da CEF aprovaram, além da proposta geral da categoria, as seguintes questões específicas:
PLR - A Participação nos Lucros e Resultados a ser paga após a assinatura do acordo será de R$ 4.100 para não-comissionados (técnicos bancários e escriturários) e de R$ 4.362,84 para os comissionados (analistas, técnicos de fomento, caixas, avaliador de penhor, entre outros).
Além disso, até março de 2008 será creditado um valor adicional à PLR, de R$ 600, caso o aumento do lucro líquido seja superior a 15% quando se compara 2007 com 2006.
PCS – A proposta prevê, após 30 dias da assinatura do acordo, a elaboração de cronograma com os empregados para um novo Plano de Cargos e Salários a ser implantado até o final do primeiro semestre de 2008. De imediato, haverá a incorporação de R$ 30 (da campanha de 2004) em uma nova tabela com forma de ascensão por antigüidade e merecimento, além da unificação das carreiras. Os critérios serão apresentados até 30 de abril de 2008.
Emprego – A Caixa se comprometeu a contratar mais 3 mil empregados até dezembro deste ano e realizar concurso público em março de 2008.