Representes sindicais de empresas públicas paulistas reúnem-se, nesta quarta-feira, 10 de outubro, às 14h30, em audiência na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) com a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT). O objetivo do encontro é discutir os risco de privatização dessas empresas e as graves conseqüências dessa ação não só para os trabalhadores, como também para a população e ao desenvolvimento econômico da região.
"A sociedade precisa ter acesso às informações dos deputados da oposição de Serra e também o que pensa a categoria de cada empresa ameaçada pelo governador", diz Raquel. "O Sindicato estará presente na reunião para pensar em estratégias que proteja o último banco público de São Paulo e seu papel sócio-econômico dentro da sociedade", completa a diretora.
Na última segunda-feira, 8 de outubro, os Sindicatos de todas as empresas estatais que estão na lista negra de privatizações do governo Serra protestaram em frente à Secretaria Estadual da Fazenda. A manifestação que contou com a participação de representantes do Sindicato dos Bancários e da CUT foi contra o projeto tucano de colocar em prática a privatização de 18 estatais, inclusive a Nossa Caixa.
O governador José Serra, deve anunciar na próxima semana, a empresa vencedora do processo de licitação para avaliar os ativos das empresas estatais que estão no alvo do governo tucano para a privatização.
Histórico – Em 31 de agosto de 2007, governador José Serra enviou à Assembléia Legislativa um Projeto de Lei autorizando a transferência de 70% dos depósitos judiciais e administrativos existentes na Nossa Caixa para a conta única do Tesouro Estadual.
O projeto do governador foi enviado à Alesp em caráter de urgência. Serra quer alterar a destinação dos depósitos judiciais em que o Estado é parte da ação e transferir para o caixa único do Tesouro.
A Nossa Caixa tem um acordo com o TJ-SP de exclusividade de 15 anos (desde outubro de 2002) pelo qual os depósitos judiciais na esfera da Justiça Estadual devem ser feitos no banco.
Em março de 2007, o governo do Estado de São Paulo sacou R$ 2,1 bilhões, que representa 80% do patrimônio do banco, em troca da manutenção das contas da folha de pagamento do funcionalismo por cinco anos.
Em 2001, foi aprovada na Assembléia Legislativa a venda de 48% das ações e de sete subsidiárias da Nossa Caixa. 28% das ações já foram vendidas. É quase certa a venda das ações restantes, até completar o total de 48%. Apesar de essa realidade ainda não tirar o controle do Estado sobre o banco, como o governo de José Serra tem maioria na Assembléia, os bancários não descartam a triste possibilidade de haver mudança de regras para permitir a venda total do banco público.
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