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"Apesar da ação policial, medidas judiciais, constrangimento para tentar obrigar os bancários a voltar ao trabalho, a categoria mantém uma greve forte. Enquanto a Fenaban não apresentar uma proposta que corresponda às reivindicações dos trabalhadores, a greve continua", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Balanço – Balanço final aponta que nesta segunda-feira, 13 de outubro, sexto dia de greve, 23.200 bancários aderiam à paralisação em São Paulo, Osasco e região, o que representa 19,3% da base deste Sindicato. Foram paralisados os trabalhos em 659 agências bancárias e nos centros administrativos do Unibanco na Praça do Patriarca e na Rua Boa Vista, no Centro Administrativo São Paulo (Casp) do HSBC, na Vila Leopoldina, nos prédios administrativos do Banco do Brasil, da Rua Verbo Divino e do Complexo São João, além do prédio da Aymoré, financeira do banco Real, na região central da capital paulista.
Aumento – A categoria quer aumento real de 5% (além da inflação de 7,15%), valorização dos pisos, auxílio-creche de R$ 415, vale-refeição de R$ 17,50 por dia, além de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) composta de três salários mais valor fixo de R$ 3.500. Os bancários rejeitaram no dia 24 de setembro proposta dos banqueiros que previa reajuste de 7,5% e PLR menor do que a paga no ano passado. Até agora não há negociação marcada.
TRT - Apesar de cumprir todas as determinações previstas na Lei de Greve, como prazos, edital de convocação e realização de assembléia, o Sindicato foi surpreendido com a determinação de manter atendimento mínimo de 70%, em agências das cidades paulistas durante os dias de greve.
A liminar concedida pela promotora Okasana Maria Dziura Boldo, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo, prevê audiência de conciliação com a federação dos bancos (Fenaban) a ser realizada na nesta terça-feira, 14 de outubro. Para o Sindicato, a Lei de Greve é superior às demais.
"O que vale é a vontade dos trabalhadores, que estão exercendo seu direito e fazendo uma greve forte nos últimos dias. Terça-feira a paralisação continua", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.
O dirigente lembra que nos dias de greve os trabalhadores não interferiram no funcionamento do auto-atendiemento, que ficou livre para o acesso e utilização da população. Vale lembrar ainda que em nenhum país do mundo o serviço bancário é considerado como essencial, dispensando percentual de atendimento mínimo.
O Sindicato irá defender o cumprimento da Lei de Greve. "Buscamos resolver a campanha na mesa de negociação, mas os banqueiros, que dominam um dos setores mais lucrativos do país graças às tarifas e aos juros cobrados da população, recusam-se a apresentar uma proposta digna à categoria e a oferecer um atendimento melhor a seus clientes. A Fenaban, que empurrou os trabalhadores à greve, pode dar um fim às mobilizações, reabrindo as negociações", ressaltou Marcolino.