Negociação e forte mobilização trouxeram proposta com reajuste de 16,33% no piso e 7,5% nos salários, além de PLR maior, avanço na segurança e cláusula inédita de combate ao assédio moral
Os bancários de São Paulo, Osasco e decidem em assembelia, nesta quarta-feira 13, a partir das 18h30, se aceitam proposta apresentada pela federação dos bancos (Fenaban) depois de dois dias de negociação com o Comando Nacional dos Bancários e da forte greve, que chega hoje ao 15º dia.
A proposta prevê aumento real de salários - o maior dos últimos seis anos -, valorização do piso da categoria, maior participação dos trabalhadores nos lucros e resultados – PLR. Os bancários também conseguiram que reivindicações para melhoria nas condições de trabalho fossem atendidas. E podem se tornam uma das primeiras categorias a ter em convenção coletiva de trabalho (CCT) uma cláusula de combate e prevenção ao assédio moral, problema apontado pelos trabalhadores como um dos principais motivos do adoecimento. Avanços nas demandas de segurança também estão previstos.
“Entramos nesta campanha para conquistar aumento real de salários, PLR e pisos maiores, além melhores condições de trabalho, com mais segurança e saúde“, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região. “A greve arrancou avanços na mesa de negociação. Vamos levar a proposta às assembléias para que os trabalhadores decidam”, destacou.
Assembelia – Serão realizadas assembleia de trabalhadores por banco, nesta quarta 13, todas a partir das 18h30. As deliberações serão feitas separadamente por conta das questões especificas do acordo para bancários do Banco do Brasil e da Caixa Federal.
Bancos privados - Centro Trasmontano (Rua Tabatinguera, 294)
Caixa Federal - Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192)
Banco do Brasil - Espaço Hakka (R. S. Joaquim, 460, auditório do 1º andar, metrô São Joaquim)
Confira proposta da categoria
· Reajuste salarial - 7,5% até R$ 5.250 (representa aumento real de 3,08%)
· Reajuste para salários acima de R$ 5.250 - R$ 393,75 fixos ou pelo menos 4,29%, o que for mais vantajoso
· Piso salarial – reajuste de16,33%, passando a valer R$ 1.250 (representa aumento real 11,54%)
· Verbas salariais - Nas demais verbas salariais, como vales e auxílios, a elevação seria de 7,5%
· PLR – A regra básica seria paga como no ano passado: 90% do salário mais R$ 1.100,80 (valor já reajustado pelos 7,5%). Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, esses valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 15.798.
· Adicional à PLR – Além da regra básica, os bancários receberam um valor adicional à PLR passaria de R$ 2.100 para R$ 2.400, o que significa aumento de 14,28%.
· Segurança – Será obrigatório o registro de boletim de ocorrência, atendimento médico e psicológico no pós-assalto, transferência de local de trabalho em caso de seqüestro, além da divulgação de estatística semestral do setor.
· Assédio moral – Inclusão de cláusula aditiva à CCT, que define mecanismos de combate e prevenção ao assédio moral no ambiente de trabalho. A adesão de bancos e de sindicatos à cláusula será voluntária. As instituições que aderirem se comprometerão com uma declaração explícita de condenação a qualquer ato de assédio. Também deverão implementar um canal de denúncias, com prazo para apuração e retorno à entidade sindical. A denúncia poderá ser feita pelo bancário ou pelo sindicato. A apuração terá de ser feita em 60 dias, contados a partir da data da denúncia. O nome do denunciante será preservado.
Prevê, ainda, uma avaliação semestral do programa, com apresentação por parte da Fenaban de dados estatísticos setoriais com o objetivo de criar indicadores de qualidade.
Proposta Banco do Brasil
· Reajuste - 7,5% para todos os trabalhadores
· Piso salarial - 13%, saindo de R$ 1.415 para R$ 1.600 (representa aumento real de 8,71%)
· PLR – Além da do pagamento da regra básica da Fenaban, será distribuído de 4% do lucro líquido dividido em partes iguais para cada trabalhador
Proposta Caixa Federal
· Reajuste - 7,5% para todos os trabalhadores
· Piso salarial – 12,74% no piso após 90 dias e 10,19%, no piso de ingresso que passa a R$ 1.600, durante o estágio probatório. Além dos 7,5%, será agregado nas demais referências um valor linear de R$ 39, o que resulta em reajustes que variam de 8,4% a 12,74% nos valores da tabela.
· PLR – Além da do pagamento da regra básica da Fenaban, será distribuído de 4% do lucro líquido dividido em partes iguais para cada trabalhador
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