O reajuste de 9% também será aplicado para demais verbas salariais como vale-refeição, cesta-alimentação e auxílio creche-babá.
Em todo o país são 484 mil bancários, dos quais 135 mil em São Paulo, Osasco e região. “Essas conquistas, quando se efetivam, trazem reflexos para toda a economia. Desde o restaurante e o comércio do bairro até os grandes pólos indústrias são movimentados, fortalecendo o mercado interno e a economia nacional”, ressalta Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários, Osasco e Região.
A proposta apresentada na sexta rodada de negociação ao Comando Nacional dos Bancários na última sexta-feira 14, prevê ainda avanços em relação às condições de trabalho.
Segurança – Os bancos se comprometeram a acabar com o transporte de valores por bancários, que atualmente coloca em risco a vida dos trabalhadores, expondo-os assaltos e sequestros.
Saúde – As instituições financeiras não poderão mais publicar ranking individual de metas, motivo que leva os bancários à humilhação e ao assédio moral, causa de muito adoecimento e afastamento de bancários.
Mais empregos – A proposta prevê ainda a contratação de pelo menos 5 mil novos bancários na Caixa Econômica Federal, um dos principais responsáveis pelo pagamento de programas sociais em todo o país.
Assembleia – Os bancários de São Paulo, Osasco e região decidem em assembleia, nesta segunda-feira, a partir das 18h, no Clube Trasmontano (Rua Tabatinguera, 294 – Sé), se aprovam a proposta e encerram a greve.
“Vamos orientar a aprovação da proposta. Conquistamos avanços fundamentais, que só foram possíveis graças à forte mobilização da categoria”, completa Juvandia.
Confira a proposta completa
Aumento real – Os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 9%, que representa aumento real de 1,5%. “A luta dos bancários arranca aumento real de salário pelo oitavo ano consecutivo”, destaca Juvandia. “A média de aumento real dos 418 acordos fechados no primeiro semestre foi de 1,35%.” Esse aumento vale também para tíquetes e demais verbas salariais.
Piso – O reajuste proposto para o piso foi de 12%, aumento real de 4,30%. No caso do escriturário, passa de R$ 1.250 para R$ 1.400. “Pelo segundo ano consecutivo conseguimos arrancar na luta a valorização para o piso da categoria, acima do aumento real conquistado para os salários. Isso é muito importante para avançarmos rumo à redução das desigualdades dentro dos bancos.”
PLR maior – A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é composta por regra básica e da PLR adicional.
Regra básica – A regra básica da PLR será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.400. Essa parte fixa, que em 2010 foi de R$ 1.100,80, será reajustada em 27,18%.
A regra determina, ainda, que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 17.220,04.
Aumento na PLR adicional – Pela proposta, o teto do valor da PLR adicional – que distribui 2% do lucro líquido – passará de R$ 2.400 para R$ 2.800, o que significa aumento de 16,66% em relação ao que foi pago em 2010.
Proposta Fenaban | |
Reajuste |
9% |
PLR |
90% do salário + R$ 1.400 |
Adicional da PLR* |
até R$ 2.800 |
Reajuste de 12% nos pisos, após 90 dias | |
Portaria |
R$ 976 |
Escritório |
R$ 1.400 |
Caixa** |
R$ 1.900,36 |
Verbas | |
Vale-Refeição |
R$ 19,78 |
Cesta-Alimentação |
R$ 339,08 |
13ª Cesta-Alimentação |
R$ 339,08 |
Aux.creche-babá |
R$ 284,85 |
* Distribuição de 2% do lucro líquido pelo número de empregados limitado a R$ 2.800
** Já inclui gratificação de caixa
Aviso prévio – A federação dos bancos também apresentou mudanças na indenização adicional. Se aprovada a proposta, uma nova cláusula que trata de aviso prévio proporcional será adicionada à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e está acima do que determina a nova legislação sobre o tema (Lei 12.506, de 11 de outubro de 2011). A proposta prevê que para até cinco anos de trabalho, serão pagos 60 dias de aviso prévio; de 5 a 10 anos, 75 dias; de 10 a 20 anos; 90 dias; e mais de 20 anos, 120 dias. Esse aviso é indenizado.
“Com a conquista dessa cláusula, demitir fica mais caro para os bancos. É uma alteração importante no combate à rotatividade”, explica Juvandia.
Dias parados – O Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos bancos, que não será descontado nenhum dia dos trabalhadores em greve. Pela proposta da Fenaban, não haverá desconto e sim compensação dos dias parados no máximo até 15 de dezembro. A compensação poder ser feita de segunda a sexta e exceto ferido, com no máximo duas horas por dia, além jornada. Eventual saldo após esse período será anistiado.