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Greve dos bancários atinge maior adesão deste ano em SP, com a participação de 37 mil trabalhadores

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Em razão do pagamento dos aposentados, a greve dos bancários foi ampliada nos prédios administrativos dos bancos em São Paulo, nesta sexta-feira 7, décimo primeiro dia de greve.

Mesmo com a pressão e as práticas antissindicais dos bancos, com o objetivo de desmobilizar os trabalhadores, a mobilização dos bancários atingiu a maior adesão deste ano em São Paulo, Osasco e região. Balanço final aponta que na base deste Sindicato 793 locais de trabalho ficaram fechados, sendo 20 prédios administrativos de banco, abrangendo 37 mil trabalhadores.

“Os bancos, cujo lucro cresceu 20% apenas no primeiro semestre do ano com ganhos de R$ 26,5 bilhões entre as sete maiores instituições financeiras, têm condições de retomar as negociações, melhorar essa proposta e atender às reivindicações da categoria. Os bancários estão abertos à negociação, está nas mãos dos bancos por fim à greve”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

Somaram-se ao movimento os bancários das concentrações administrativas do Itaú Unibanco: no ITM, onde funciona o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), e no Centro Administrativo Tatuapé (CAT), que mantém áreas estratégicas do banco, como a central de atendimento telefônico, mesas de câmbio e de crédito. Também ampliaram o movimento os bancários do teleatendimento do Santander nos prédios SP1 e SP2, ambos na Barra Funda, além do Telebanco do HSBC.

Desrespeito – Nesta sexta-feira 7, o banco Itaú de forma irregular transportou bancários de helicóptero. A instituição não possui autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar pousos e decolagens do prédio do ITM, zona oeste da capital.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região encaminhou denúncia à Anac e solicitou vistoria do órgão competente. Além disso, estuda outras medidas judiciais para interromper tal irregularidade.

> Confira vídeo: Itaú transporta bancários irregularmente de helicóptero

“Os bancos, ao invés de apresentar proposta decente à categoria bancária, em greve há onze dias, preferem desrespeitar o legítimo direito de mobilização dos trabalhadores utilizando práticas antissindicais como obrigá-los a entrar de madrugada, transferir para locais de trabalho distantes e ainda transportando-os de helicóptero para que não possam participar dos protestos”, destacou.

Greve continua – Sem proposta da Fenaban, tampouco negociação agendada, a greve dos bancários chegará ao décimo quarto dia, na segunda-feira 10 de outubro.

Histórico – Os bancários estão em greve desde 27 de setembro porque, após um mês e meio e cinco rodadas de negociação, receberam como proposta do setor patronal o aumento real de apenas 0,56%. Além de oferecer baixo reajuste salarial, disseram não às demais reivindicações: não à valorização nos pisos, não à participação maior nos lucros e resultados (PLR), não à melhoria nas condições de trabalho, não à segurança, não à saúde e não para mais contratações – o que permitiria melhorar o atendimento nas agências e reduziria o ritmo estressante de trabalho.

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São 484 mil bancários no Brasil, sendo 135 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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