São Paulo – Juros mais baixos e tarifas mais caras. É a nova prática das instituições financeiras no Brasil. Os pacotes de tarifas bancárias subiram quatro vezes mais que a inflação. A receita dos seis maiores bancos do Brasil (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander) com tarifas cresceu 46% entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2011. O consumidor passou a gastar 33% a mais com esses serviços no período.
O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), utilizando como dados informações prestadas pelas instituições financeiras ao Banco Central, e aponta que enquanto cada cliente gastava, em média, R$ 52,43 por semestre em junho de 2011, no mesmo período de 2012 ele gastava, em média, R$ 69,86.
Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, o governo deve continuar a pressão para a redução das taxas de juros cobradas dos clientes, inclusive de empresas, e do spread bancário. “Todavia, essa diminuição dos juros não deve ser compensada nas tarifas. As instituições financeiras estão sendo pressionadas exatamente para serem mais responsáveis com o consumidor e fortalecer o crescimento econômico do país e não aumentar o valor das taxas para depois reclamar do aumento da inadimplência”.
No âmbito dos pacotes de serviços, o Idec fez outro levantamento, que compara os preços em setembro de 2011 e agosto de 2012, os pacotes dos seis maiores subiram quatro vezes mais que a inflação medida pelo IPCA, que subiu 5,24%.
Nos últimos dias, o Banco do Brasil e a Caixa Federal anunciaram cortes de algumas das tarifas. Entre os privados, o Itaú foi o único a anunciar a medida.
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Juvandia ressalta que o momento é bom para uma nova regulamentação pelo Banco Central para frear abusos. “Em abril de 2008, entrou em vigor a norma do BC que padronizou as tarifas bancárias no Brasil. Foi uma ação importante, embora ainda tenham denúncias de não cumprimento das normas. É preciso transparência para que o cliente saiba quais as tarifas paga, seus valores e possíveis aumentos".
Redação, com informações do Idec – 19/10/2012