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Com ritmo reduzido, país cria 1,148 mi de empregos

Linha fina
Resultado de 2012 é o menor desde 2003, mas Brasil fechou o ano com 47,459 milhões de trabalhadores celetistas e estatutários. Só o setor de serviços abriu 750 mil vagas. Presença feminina e escolaridade cresceram. Salário também sobe
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São Paulo – Em ritmo menos intenso, o mercado de trabalho formal criou 1,148 milhão de postos de trabalho em 2012, com expansão de 2,48%, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada na sexta 11 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número foi o menor desde 2003. Com isso, o número de empregos formais no país atingiu 47,549 milhões.

"Tal comportamento mantém a trajetória de crescimento do emprego ininterrupta, apontando uma perda de dinamismo, já detectada no ano de 2011", diz o MTE. No ano anterior,o emprego formal cresceu 5,09%, com 2,242 milhões de vagas criadas. O recorde é de 2010, quando o mercado abriu 2,861 milhões de postos de trabalho, alta de 6,94%. "Por outro lado, cumpre destacar que a manutenção do crescimento do emprego formal em um patamar expressivo, embora sinalizando arrefecimento no seu ritmo de crescimento, contribuiu para a queda da taxa de desemprego no Brasil." A taxa média no ano foi de 5,5%, a menor da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002. O governo cita dados da América Latina, Estados Unidos e União Europeia, que tiveram taxas de desemprego superiores.

"Quando se confrontam a taxa de crescimento do PIB de 2012 (0,9%) com o crescimento do emprego formal segundo a Rais (2,48%), os dados demonstram que a relação emprego formal/produto continua amplamente favorável nesse ano, tal como ocorreu em 2011 (2,7% para o PIB, ante 5,09% para o emprego formal)", analisa o MTE.

O rendimento médio dos trabalhadores também manteve trajetória de crescimento, com ganho real de 2,97% sobre dezembro de 2011. O valor foi a R$ 2.080,07.

O resultado de 2012 foi determinado pela contratação sob o regime da CLT, que cresceu 3,46%, o correspondente a 1,301 milhão de vagas criadas. Já o emprego estatutário recuou 1,76% – menos 152,8 mil postos de trabalho. Segundo o MTE, a queda está relacionada, "em grande parte, ao declínio dos vínculos empregatícios do tipo servidor público não efetivo, que apresentaram redução de 351,8 mil postos de trabalho no período, cujo desempenho pode ser justificado, em parte, ao desaquecimento do mercado de trabalho, associado à dinâmica eleitoral no âmbito da administração pública municipal", além de possíveis atrasos ou omissões nas declarações pelos empregadores.

A criação de empregos concentrou-se no setor de serviços, com 749.930 vagas criadas, alta de 5,17%. Percentualmente, a maior expansão foi do setor da indústria extrativa-mineral: 12,06%, com 27.908 empregos abertos. A indústria de transformação variou apenas 0,43%, com acréscimo de 34.523 postos de trabalho. O comércio criou 383.478 (4,34%), "consoante", diz o MTE, "com a dinâmica macroeconômica, em que o maior contribuinte líquido para o crescimento do produto foi o consumo final, sobretudo o consumo das famílias".

Todas as regiões tiveram alta no emprego formal: 3,74% no Centro-Oeste, 2,88% no Sul, 2,49% no Sudeste, 2,32% no Norte e 1,56% no Nordeste. Apenas o Sudeste criou 584.931. Em seguida, vieram o Sul, com 227.255, que ultrapassou o Nordeste (132.476). Centro-Oeste e Norte abriram 143.982 e 59.437 vagas, respectivamente.

Entre os estados, apenas a Bahia registrou queda, de 0,4%, com o fechamento de 9 mil postos de trabalho. Para o MTE, o resultado pode ser atribuído "pelo comportamento negativo da indústria de calçados", que cortou 7,1 vagas.

"Quando se confrontam a taxa de crescimento do PIB de 2012 (0,9%) com o crescimento do emprego formal segundo a Rais (2,48%), os dados demonstram que a relação emprego formal/produto continua amplamente favorável nesse ano, tal como ocorreu em 2011 (2,7% para o PIB, ante 5,09% para o emprego formal)", analisa o MTE.

O emprego formal cresceu para mais mulheres (3,89%) do que para homens (1,46%). Elas agora representam 42,47% da força de trabalho.

O mercado também segue sua tendência de crescimento da escolaridade, com alta de 4,89% entre trabalhadores com ensino médio completo e 7,49% dos que tinham ensino superior completo. Apenas o grupo com ensino médio concentra 21 milhões de trabalhadores formais. Todas as faixas de menor escolaridade, até o ensino fundamental, caíram no ano passado.


Rede Brasil Atual – 11/10/2013

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