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Greve atinge setores cruciais da Caixa

Linha fina
Áreas responsáveis pelos negócios e administração de dezenas de agências param e comprometem operações das unidades
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São Paulo – Dois departamentos nevrálgicos da Caixa localizados na zona sul da capital paulista tiveram suas atividades interrompidas neste 14º dia de greve. Os empregados da Superintendência Regional Santo Amaro e da Giret (Gerência de Filial e Retaguarda) cruzaram os braços nesta quarta-feira 2, o que causou efeito em dezenas de agências.

A Superintendência Regional Santo Amaro tem importância estratégica por coordenar 42 agências da região sul de São Paulo e de cidades do entorno, como Embu, Taboão da Serra e Itapecerica. As metas, temidas por grande parte dos bancários, são cobradas por esse departamento.

Já a Giret conta com 46 empregados e é responsável pelo acompanhamento das operações realizadas nessas agências como, por exemplo, compensação de cheques e liberação de crédito. O departamento também tem a função de verificar se as transações estão em conformidade com os normativos do banco.

Cansada e desanimada – Na Superintendência Regional, onde também funciona uma agência, trabalham cerca de 100 empregados. Uma bancária, que não quis se identificar, queixa-se das metas e da falta de funcionários. “A gente tem que lidar com muito estresse, tanto do público quanto por causa da cobrança por metas”, diz. Ela aponta a falta de funcionários como uma das causas. “A gente acaba ficando muito cansada e desanimada”, completa.

As insatisfações da bancária são embasadas por números. Dados do balanço do banco mostram que, de 2012 para 2013, a carteira de crédito por empregado aumentou de R$ 3.339.315 para R$ 4.509.976, crescimento de 32,7%. Ano passado, a Caixa tinha 234 contas correntes por empregado. Este ano o número subiu para 255, aumento de 9,2%. Em contrapartida, o número de empregados por agências caiu de 36,93 para 31,04, diminuição de 15,9%.

Para o diretor executivo Kardec de Jesus, a paralisação nos dois prédios administrativos serviu para mostrar a disposição de luta. “Foi importante para que a gente pudesse demonstrar para a direção da Caixa que estamos empenhados em fazer esse tipo de movimentação onde houver necessidade”, afirmou.

Precarização do trabalho – O desrespeito que os funcionários terceirizados são obrigados a suportar na sua rotina de trabalho teve uma constatação no prédio da superintendência regional.

A sala de descanso dos empregados da empresa de limpeza contratada pela Caixa está localizada ao lado do depósito de lixo, o que deixa o recinto com odor bastante desagradável. O gerente da Gilog – área responsável pelo patrimônio do banco – esteve no local nesta quarta-feira e prometeu tomar providências.

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Rodolfo Wrolli – 2/10/2013

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