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Bancários de braços cruzados no centro da capital

Linha fina
Além de aumento salarial, trabalhadores exigem fim do assédio moral, das metas abusivas e mais direitos
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São Paulo – Agências e departamentos bancários do centro velho de São Paulo permaneceram fechados na quinta 2, no terceiro dia de greve.

Entre os motivos da paralisação, estão a cobrança por aumento real maior e questões relacionadas ao ambiente de trabalho, como o fim do assédio moral e das metas abusivas.

“Os bancos têm obrigação de dar mais. Também queremos uma reformulação do plano de cargos e salários”, destaca uma grevista do Cenop Imobiliário do BB.

Um funcionário do Itaú que também cruzou os braços tinha a mesma reclamação: “Não está claro como ocorrem as promoções no banco. Às vezes temos a impressão de que são apenas alguns que têm chance. Creio que deveria haver um reconhecimento pelo tempo que temos de casa. São anos de dedicação que não contam para nada e isso também desmotiva a gente.”

VA e VR – “O vale-alimentação não aumenta na mesma proporção que o crescimento dos preços do mercado”, declara funcionário do Bradesco. Seu colega apoia: “Às vezes, você vai fazer uma compra e já acaba”.

“É a quarta greve que participo. Para melhoria de salário, vale-alimentação e refeição. Acho que é uma forma de o trabalhador chamar a atenção dos bancos”, afirma uma bancária do Bradesco.

PLR maior – “Acho que merecemos mais de aumento. E tem também as condições de trabalho que não são boas no HSBC. O sistema cai toda hora, por exemplo. Quanto à PLR, eles sempre falam que Curitiba vende mais. E lá eles falam que a gente de São Paulo vendeu mais. No fim, ninguém ganha PLR no HSBC. Por isso acho importantíssimo a greve ser nacional”, ressalta uma funcionária do Telebanco do HSBC.

Qualificação – “Quero aumento real e mais benefícios no Bradesco, como incentivo ao estudo”, queixa-se um bancário do maior banco privado no país. Seu colega concorda: “Estamos parados também porque, ao contrário dos outros bancos, aqui não tem incentivo nem para graduação, nem para pós”.

Metas e assédio – Em junho deste ano o Sindicato fez consulta junto aos trabalhadores para saber suas prioridades para a Campanha 2014. Mais de 10 mil funcionários de bancos públicos e privados responderam ao questionário. “Indiquei como essencial o fim das metas abusivas e das demissões. Ninguém tem mais sossego, pois não sabe se no dia seguinte ainda estará empregado. Tem chefias que se aproveitam disso para ameaçar”, disse um funcionário do Itaú.

Um trabalhador do Bradesco conta que quando entrou, em 2012, tinha o dobro de funcionários. “Todo ano aumenta a meta e com menos gente para trabalhar. Se for ver, não tem lógica. A gente faz serviço de muita gente. Ficamos atendendo ao público, telefone e ainda temos meta. Só tendo mais funcionário, a gente conseguiria. Além disso, a gente cobre almoço dos colegas. E, no fim do dia, querem saber por que não alcançamos a meta.”

Para um grevista do BB, “o assédio moral também é muito, muito grande”. “Acho que a greve está forte, mas a adesão precisa crescer. Existe um processo de terceirização, que é ameaça constante para os trabalhadores como um todo”, declara.

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Redação - 2/10/2014

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