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Greve tem uma das maiores adesões nos últimos anos: 50 mil bancários em São Paulo

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Um balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que 616 locais de trabalho, sendo 23 centros administrativos e 593 agências fecharam nesta quarta-feira (07), segundo dia de greve dos bancários, na base do Sindicato (São Paulo, Osasco e Região). Estima-se que mais de 50 mil trabalhadores participaram das paralisações.


Durante todo o período de greve, o autoatendimento continua funcionando normalmente.

“Tivemos a adesão de 50 mil bancários, 43% maior que o segundo dia de greve do ano passado. A categoria não aceita essa proposta desrespeitosa: com perda real de 4%, abono que não faz parte do salário e sem o percentual mínimo de distribuição da PLR, que vem caindo cada vez mais, com o Itaú distribuindo apenas 5,4% e Bradesco 6,7% do lucro bilionário dos bancos”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Esperamos uma nova proposta. O silêncio dos bancos é um desrespeito aos trabalhadores e à população”.

Assembleia – A próxima assembleia será realizada na terça-feira (13), na Quadra dos Bancários, a partir das 17h, quando a categoria irá decidir sobre os rumos do movimento.

Direito de greve - O direito de greve está previsto na Constituição Federal e prevê algumas exigências, como a publicação de aviso de greve em jornal de grande circulação. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas). Essas determinações da lei foram rigorosamente seguidas pelo Sindicato. Para o empregador, a Lei de Greve proíbe a dispensa de trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante o período de paralisação.


Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.


Lucro - O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 36,3 bilhões, com crescimento de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 11,4% atingindo o valor de R$ 55 bilhões.


O que significa a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos): Reajuste de 5,5%


Reajuste - Com esta proposta considerando o salário anual do trabalhador (salários, 13º, férias e FGTS) e também a PLR, o bancário que recebe o salário médio da categoria (R$ 6.208) teria uma perda de R$ 2.144,81 ao longo do ano, se comparado a uma proposta que apenas repusesse a inflação. Se compararmos com uma proposta que garantisse o mesmo aumento real do ano passado (2,02%) a perda anual do bancário que recebe o salário médio seria de R$ 4.499,02.


PLR - Os bancos deveriam distribuir no mínimo 7,2% do lucro, no entanto em 2014 a distribuição do Itaú foi de apenas 5,4% e do Bradesco 6,7%. Esses valores vem caindo ao longo dos anos, já que em 1995 a distribuição de PLR nestes bancos foi de 14%, mais do que o dobro dos valores atuais. A queda dos percentuais distribuídos aos trabalhadores acontece em função do crescimento exponencial dos lucros dos bancos, da ordem de 1.065% acima da inflação desde 1994. Com a proposta feita pela Fenaban o percentual destinado aos bancários cairá novamente: Itaú distribuiria no total apenas 5,1% e Bradesco 6,3%.



Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
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