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Proposta causa revolta no Telebanco Bradesco

Linha fina
Concentração fechou portas no segundo dia de greve da categoria; funcionários mostraram insatisfação com os 5,5% oferecidos por um setor que tem lucros bilionários
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São Paulo – “Não tem sentido uma proposta como essa, vinda de um setor que lucrou R$ 36 bi.” Essa é a opinião de um bancário do Telebanco Bradesco, concentração que fechou as portas na quarta-feira 7, segundo dia de greve da categoria. Ele se referia à soma dos lucros dos cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander) no primeiro semestre do ano, que alcançou R$ 36,3 bilhões, crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período de 2014. O setor como um todo lucrou R$ 42,7 bi no semestre, 36,5% mais que no ano passado. “A greve é um direito constitucional e nada mais justo no nosso caso”, acrescentou o trabalhador.

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“Não chega nem perto da inflação [os 5,5% de reajuste], e esses R$ 2,5 mil [oferecidos como abono] não contam porque no mês seguinte isso não vai mais existir”, disse um colega de prédio. “O reajuste tem que ser maior. O VR, por exemplo, com a inflação que tá, a gente não consegue comer na rua até o final do mês”, complementou outro bancário.

Orientações do Sindicato para a greve

“A proposta é ridícula, absurda, uma ofensa”, criticou uma funcionária do Telebanco. “A Fenaban não ofereceu nem a inflação. Isso é um absurdo! Temos de manter nosso poder de compra e ter aumento real”, arrematou o colega.

“É vergonhosa”, classificou um trabalhador. “O país está em crise, mas o lucro dos bancos está cada vez mais alto. Então não tem desculpa pra eles”, arrematou.

“Com uma proposta dessa, tem de ter greve mesmo. Os bancários merecem coisa melhor”, fez coro uma colega de banco.

Em frente ao Telebanco, a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva, também criticou a proposta que levou a categoria a cruzar os braços. “Os 5,5% deixaram os bancários revoltados. E não é para menos. Como pode o setor que mais ganha nesse país oferecer menos que o aumento real, e um abono que não incorpora ao salário e que ainda vai sofrer os descontos do imposto de renda?”, questionou.

Contingenciamento – A dirigente lembrou a forte adesão da categoria no primeiro dia da greve, na terça-feira 6, e reforçou que os trabalhadores devem resistir ao contingenciamento. “Esperamos que os bancários não aceitem essa pressão para sair de casa de madrugada. Muitas vezes eles têm de pagar taxi com dinheiro próprio e depois ficam esperando a boa vontade do banco em reembolsar o gasto. Sem contar que os locais para onde são mandados são horrorosos”, destacou Ivone, lembrando que os bancários têm de denunciar o contingenciamento ao Sindicato pelo 3188-5200, pelo Fale Conosco do site, e o SAC do Sindicato no WhatsApp: (11) 99642-7196.

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Andréa Ponte Souza – 7/10/2015

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