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Bancos estabelecem novos recordes de juros altos

Linha fina
Taxas continuaram a subir em setembro e chegaram a 324,9% no cheque especial e a 480,3% no cartão de crédito, ambos ao ano, patamar nunca registrado antes pelo BC. Inadimplência permanece estável
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Kelly Oliveira, da Agência Brasil, com edição da Redação
26/10/2016


Brasília - As taxas de juros cobradas pelos bancos do cheque especial e no cartão de crédito voltaram a subir em setembro, batendo novo recorde na série histórica medida pelo Banco Central.

Segundo dados divulgados na quarta 26, a do cheque especial subiu 3,8 pontos percentuais de agosto a setembro, quando chegou a 324,9% ao ano. Neste ano, a cobrança na modalidade já subiu 37,9 pontos percentuais em relação a dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano. O BC começou a medir as taxas do cheque especial em 1994.

Já no rotativo do cartão de crédito - tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura - a taxa subiu 5,3 pontos percentuais entre agosto e setembro, chegando a 480,3% ao ano, a maior da série iniciada em março de 2011. Neste ano, essa taxa já subiu 48,9 pontos percentuais.

A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 2,5 pontos percentuais e ficou em 154,7% ao ano.

Essas duas taxas – do cheque especial e do cartão de crédito – são as mais caras na pesquisa do Banco Central e estão bem distantes dos juros médios do crédito para pessoa física (73,3% ao ano, em setembro). A alta em relação a agosto foi de 1,5 ponto percentual.

A taxa do crédito pessoal subiu 2,8 pontos percentuais para 135,1% ao ano. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) ficou estável em 29,3% ao ano, em relação a agosto.

Inadimplência estável - Os dados do BC também mostram que a inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou estável em 6,2%, pelo quarto mês seguido.

A taxa das empresas também ficou inalterada em 5,5%. A média de juros cobrada das pessoas jurídicas ficou em 29,8% ao ano, queda de 0,8 ponto percentual em relação a agosto.

Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas ficou estável em 10,4% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,4 ponto percentual para 12% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 2%, com alta de 0,2 ponto percentual e das empresas permaneceu em 1,3%.

O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos caiu 0,2% de agosto para setembro quando ficou R$ 3,109 trilhões. Em 12 meses encerrados, o saldo das operações de crédito caiu 1,7%.

O saldo correspondeu a 50,8% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), ante o percentual de 51,2% registrado em agosto deste ano.
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