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CCB não sabe responder sobre reestruturação

Linha fina
Banco quer fechar acordo de PPR, mas não consegue informar quantos trabalhadores mantém em seu quadro, quantos foram demitidos, quantas unidades fechadas; prejuízo do ex-BIC em 2016 foi da ordem de R$ 300 milhões
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Foto: Contraf-CUT

São Paulo – Apesar de propagar em seu site ser a “maior operação de um banco chinês” no Brasil, o China Construction Bank não parece ter clareza sobre sua forma de atuação no Brasil. Nos últimos meses o banco optou por fazer uma “reestruturação” sem qualquer comunicação com o movimento sindical. Várias unidades foram fechadas e trabalhadores demitidos em todo o país – inclusive dirigentes sindicais que já foram reintegrados via Justiça.

Tão logo esses caos foi instalado nos locais de trabalho, desde abril de 2017, o Sindicato tentou contatar a direção do CCB para fazer a defesa dos direitos dos trabalhadores. “Nunca fomos atendidos”, relata o dirigente sindical Jair Alves.

A mesma direção que não atendeu os representantes dos bancários naquele momento, enviou ao Sindicato uma proposta de acordo para pagamento do programa próprio de participação nos resultados, com valores menores que os do ano passado. Em 2016 o CCB teve prejuízos da ordem de R$ 300 milhões.

Diante disso, uma reunião foi marcada para a manhã da terça-feira 17.

Primeiro os trabalhadores – “Fomos ao encontro do banco querendo saber primeiro como está a situação dos bancários do CCB. Isso é fundamental para um debate sério sobre os valores a serem pagos no PPR”, afirma Jair. “O banco está preocupado com o acordo de PPR para deduzir impostos e encargos, mas tem de responder ao movimento sindical o que pretende com essa reestruturação, quantos foram demitidos, quantas unidades foram fechadas.”

Na reunião desta terça somente representantes do RH do banco, que não sabiam responder a essas perguntas dos dirigentes sindicais. “Eles não conseguiam responder sequer se a reestruturação continua”, critica Jair. “Uma nova reunião deve acontecer nas próximas semanas. Só com essas respostas é que poderemos debater o PPR. Afinal, não podemos dimensionar se os valores propostos são justos, se sequer temos conhecimento de quantos bancários serão contemplados.”

O CCB – O China Construction Bank Brasil foi formado a partir da aquisição do Bicbanco, agosto de 2014. O BIC era um banco familiar fundado em 1938. De acordo com o site do CCB “ficou marcado como um dos principais bancos médios do país e seu foco era atender às necessidades de crédito das empresas brasileiras no segmento de Middle Market”.

“Queremos saber se o CCB continua na área de Middle Market ou está focado somente em atender os clientes mais ricos que estão ampliando seus negócios na China. Tudo isso é fundamental para um bom debate em torno de um PPR justo para os trabalhadores”, reforça Jair.

Segundo o Relatório de Sustentabilidade do banco, o CCB Brasil conta com 37 pontos de atendimento, distribuídos em 17 estados e no Distrito Federal, e 733 funcionários – dados de antes da reestruturação. “Suas operações se concentram principalmente em empréstimos para capital de giro, fianças, crédito e serviços para trade finance, derivativos e produtos de investimento em renda fixa... Em âmbito internacional, o CCB Brasil controla uma agência em Grand Cayman que permite um amplo atendimento das necessidades dos clientes também no exterior.” 

No mundo, é o segundo maior banco com US$ 2,7 trilhões em ativos, possui mais de 369 mil funcionários e 314 milhões de clientes.

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