São Paulo - Mais contratação de negros e negras em todos os setores das instituições financeiras, sem restringir a departamentos de baixa visibilidade onde não há atendimento ao público, por exemplo; incentivo à promoção na carreira; criação de políticas institucionais de diversidade racial. Essas são as principais reivindicações da categoria bancária, na mesa bipartite de igualdade de oportunidades com a federação dos bancos (Fenaban), pela promoção da igualdade racial e combate à discriminação nos locais de trabalho.
Embora tenha aumentado a contratação de negros, ainda é pequena a presença deles na categoria, já que representam apenas 24,7% dos bancários no Brasil, segundo o Mapa da Diversidade realizado no setor em 2014 Quando o levantamento considera só as mulheres negras, a discriminação é ainda mais evidente: elas representam apenas 11% da categoria e detêm os piores salários.
No Brasil, 54% da população se reconhece como afrodescendente, segundo dados do IBGE, mas o racismo é muito presente. Uma pesquisa realizada pela Consultoria Etnus com 200 negros, entre 18 anos e 50 anos, de diferentes classes sociais, mostrou que 60% deles já foram vítimas de racismo no trabalho e 67% acreditam terem deixado de ser contratados por causa da cor da pele.
A luta para avançar em prol da ascensão profissional dos negros e pela igualdade de oportunidades sem distinção de raça em todos espaços da sociedade precisa ser fortalecida, ainda mais em um cenário de tentativa de retirada de direitos trabalhistas e previdenciários, em plena onda conservadora.
Por isso o próximo Momento Bancário com a Presidenta colocará a igualdade racial nos bancos e em toda a sociedade, e o combate à discriminação, no centro dos debates. O programa de webtv do Sindicato vai ao na terça-feira 17, ao vivo, às 18h, pelo site e pelas redes sociais do Sindicato.
Para essa edição, a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, receberá Júlio Santos, coordenador do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato; Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT; além de Joice Berth, arquiteta e urbanista, escritora e colunista do portal jurídico Justificando.
Participe - Dúvidas ou comentários já podem ser encaminhados para [email protected], pelo facebook e twitter com a hashtag #mbemdebate.
Negociações - A mesa de igualdade de oportunidades é um espaço de negociação, conquistado pelos bancários, para discutir com a Fenaban reivindicações sobre a igualdade salarial entre homens e mulheres e a garantia de ascensão profissional a todos, sem discriminação de gênero, raça, orientação sexual ou deficiência. O movimento sindical cobra ações efetivas de combate a todas as formas de discriminação, violência de gênero e de inclusão dos negros e negras no sistema financeiro, já que são minoria nos bancos e estão nos cargos de menor salário e menos visibilidade.