São Paulo – Alçado à presidência sem um único voto e reprovado por praticamente todo o país, o governo Temer investe contra o Brasil e os brasileiros por diversos caminhos, dentre eles a venda do patrimônio público. Para resistir a mais esse ataque, os trabalhadores fizeram um protesto no Rio de Janeiro, na terça-feira 3, exigindo um #BrasilSoberano.
Banco do Brasil, Caixa Federal, BNDES, Petrobras, Eletrobras, Correios, Casa da Moeda, dentre outros, são as empresas na mira. Para defender o caráter público delas, saíram às ruas trabalhadores bancários, eletricitários, moedeiros, do comércio de minérios e derivados de petróleo, de Furnas, além da Frente Brasil Popular, da Plataforma Operária e Camponesa da Energia, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Dieese. O ato foi convocado pela Frente Brasil Popular e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
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No ato, Ivone Silva, presidenta do Sindicato, resumiu a importância dos bancos públicos para o país. Assista abaixo:
Chuva e luta – Sobrou chuva, mas não faltou luta desde as primeiras horas da manhã. As agências do Banco do Brasil e da Caixa amanheceram fechadas no centro do Rio e as ruas foram recebendo batuques, bandeiras, cidadãos e cidadãs em frente ao prédio da Eletrobras, na mesma região.
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Os participantes, segundo reportagem da Rede Brasil Atual, saíram em passeata no início da tarde, passando pela sede do BNDES até chegar ao destino final: o prédio da Petrobras. A estatal de petróleo completava 64 anos na terça 3. Lá, se uniu ao ato, às 16h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bete Mendes, atriz, ressaltou a importância de resistir contra o golpe liderado por Temer. “Como brasileira tenho orgulho de estar aqui, mas mais orgulho terei quando puder novamente votar em alguém comprometido com a população trabalhadora. Não quero mais esse golpista que está vendendo a Petrobras”, disse, de acordo com reportagem da CUT.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, ressaltou o impacto que o sucateamento das estatais provoca na economia. “Esse golpe foi dado para tirar a soberania nacional, para agradar os financiadores do golpe, as empresas nacionais, para que o Brasil volte a ser só exportador de matéria prima e importador de produto pronto. Não podemos aceitar isso, que acabem com conteúdo local, os estaleiros estão parados. Não importa se é de esquerda ou direita, se você é brasileiro e quer que o pré-sal financie a educação, tem que ir para a porta da Petrobras”, convocou.
Coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel alertou sobre o tiro no pé que representa a política de Temer. “Em 2008, durante a grande crise do capital, foi a presença do Estado que fez o povo sentir pouco os efeitos, foi o crédito oferecido pelos bancos públicos, a atuação Petrobras, da Eletrobras. Hoje, o Estado ao invés de investir, está tirando, vendendo o patrimônio. E esse ato é muito importante para consertar os rumos do país.”
Também no ato, o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, explicou como os estados podem se mobilizar; “Esse é um movimento contra as políticas de Temer, mas também de seus asseclas, como Alckmin e Doria, que trata a cidade de São Paulo como se fosse uma empresa e resolveu privatizar serviços públicos essenciais para a população. Por isso, fazemos parte do movimento ‘São Paulo não está à venda’. Para impedir que o Estado deixe de atender as pessoas”.
Leilão – A mobilização ganhou ainda mais importância depois do leilão realizado no final de setembro das unisas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, localizadas em Minas Gerais e operadas sob concessão pela estatal Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
Antes, em 28 de agosto, a gestão de Pedro Parente na Petrobras divulgou que venderá os direitos de exploração, desenvolvimento e produção em três conjuntos de campos terrestres, em um total de 50 concessões, nos estados do Rio Grande do Norte e Bahia. A empresa irá ceder 100% de seus direitos de exploração, desenvolvimento e produção.
Além do ato da terça 3, o Sindicato também organiza audiências públicas pelas cidades da Grande São Paulo para debater a importância e a defesa do Banco do Brasil e da Caixa Federal como bancos públicos. Duas já foram realizadas, uma em Embu das Artes e outra em Carapicuíba, e outras quatro estão agendadas.
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