Nos últimos meses, a América Latina vive uma onda de insatisfação popular contra governos que adotam políticas neoliberais, que priorizam apenas o mercado em detrimento das populações.
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O Equador se insurgiu contra cortes nos direitos dos trabalhadores, perdão de dívidas de grandes empresas, empréstimo do FMI e fim dos subsídios aos combustíveis, o que levou a um aumento de 120% no preço do diesel. Diante dos protestos, o presidente Lenin Moreno revogou o fim dos subsídios aos combustíveis. A mobilização continua.
Já os chilenos tomaram as ruas contra medidas neoliberais. Contra um modelo de previdência capitalizada - no qual a cobertura é de apenas 17,2% da população (no Brasil é de 62,3%) e 80% dos aposentados recebe menos de um salário mínimo, o que levou o índice de pobreza entre idosos acima de 65 anos a 11,1% (no Brasil é de 5,3%) – e contra a privatização ampla de serviços públicos e recursos naturais.
Diante dos gigantescos protestos, o governo divulgou um pacote de medidas que inclui: revogação do reajuste do metrô; aumento nas aposentadorias; elevação dos impostos para os mais ricos; estabilização da tarifa de energia; ajuda mínima de 350 mil pesos chilenos (cerca de R$ 1.970) para trabalhadores com jornada completa que tenham salário inferior a esse valor; além de pedir a renúncia de ministros. A mobilização continua.
Já a Argentina deu um sonoro não às políticas neoliberais de Maurício Macri ao eleger presidente, em primeiro turno, o oposicionista Alberto Fernandez.
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No Brasil, desde novembro de 2016 o país segue a cartilha neoliberal. Vieram PEC da Morte, que congelou investimentos públicos por 20 anos; reforma trabalhista, que cortou direitos dos trabalhadores, não resultou em geração de empregos e precarizou contratos; e a aprovação da reforma da Previdência, que fará os brasileiros trabalharem mais para receber menos; além do desmonte e privatização de empresas públicas.
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“Quando analisamos os rumos adotados pelo Brasil nos últimos anos, as semelhanças com as políticas neoliberais que levaram aos protestos pela América Latina são gigantescas. Essas mobilizações e seus resultados mostram que é possível, com a pressão das ruas, barrar retrocessos nos direitos sociais e dos trabalhadores. Que nos inspiremos e possamos fazer com que o Estado brasileiro volte a priorizar as pessoas”, conclui a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro.