São Paulo, 24/09/2020 - O Santander demitiu mais de mil trabalhadores no país, desde o início da pandemia.
O Sindicato de Bancários de São Paulo, Osasco e Região está recebendo, diariamente, denúncias de demissões no Vila Santander, em São Paulo, que são feitas por telefone ou com convocações e os bancários são surpreendidos com a demissão quando chegam. No Rio de Janeiro as demissões também são constantes.
“A apreensão dos trabalhadores é enorme e com toda razão. O banco não tem nenhuma transparência nos seus processos. Decide e implementa mudanças deixando os funcionários sem qualquer alternativa ou tempo para se planejar. Um desrespeito e uma forma cruel de gestão. Queremos transparência e informações sobre o projeto em andamento. Também queremos a manutenção dos empregos desses trabalhadores que operam em SP e no RJ, que têm qualificação e conhecimento para serem alocados em outras áreas do banco. Nas agências, por exemplo, faltam funcionários e muito estão sobrecarregados e adoecendo. Falta pessoal também na gerência digital, onde cada gerente chega a atender mais de mil contas digitais, uma situação insustentável, que afeta inclusive a qualidade do serviço que o Santander presta aos clientes”, alerta a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários.
Gestante - O Sindicato de São Paulo conseguiu na Justiça a reintegração de uma bancária do Santander, demitida grávida em plena pandemia de coronavírus. A trabalhadora foi desligada em junho deste ano. Após confirmação da gravidez, o Sindicato tentou reverter a decisão por via negocial, mas o banco negou e deu sequência ao processo de desligamento. O Sindicato então entrou na Justiça com pedido para restabelecer o vínculo empregatício, e a juíza responsável pela ação determinou a reintegração em sede de tutela de urgência.
A bancária foi reintegrada oficialmente dia 16 de setembro, com a presença do Sindicato. Como ela é do grupo de risco, por estar gestante, não pode retornar para o trabalho presencial, portanto, fica à disposição do banco para o regime de home office. Seu convênio médico e todos os direitos e verbas trabalhistas foram restabelecidos nesta mesma quarta-feira.
“O Santander efetuou esse desligamento em meio a uma pandemia. E mesmo após ser notificado da gravidez, com comprovação por exame, não reviu a demissão. Assim, não nos deixou alternativa a não ser a via judicial, o que estendeu ainda mais a insegurança da trabalhadora. A postura do banco espanhol no Brasil foi desumana: demitir uma funcionária grávida, precisando do convênio médico para exames, em meio a uma pandemia”, critica Ivone Silva