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Após demitir dezenas, Itaú surpreende com "oferta" de consultoria paga para demitidos

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Ilustração de um jovem bancário, sentado em um puff, com expressão confusa, em fundo laranja com o logotipo do Itaú

Na última semana, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região publicou uma matéria denunciando a demissão de 36 bancários do Itaú, da Superintendência de Operações Legais. A este processo doloroso para cada um destes trabalhadores foi acrescentado um evento, no mínimo, estranho. 

Junto com o que o banco chama de ‘kit desligamento’, o passo a passo para o trabalhador demitido realizar sua homologação, devolver o notebook, entre outros pontos, houve a indicação de uma empresa para assessorar os demitidos na tentativa de realocação no mercado de trabalho por meio de vídeo chamadas com aconselhamento sobre carreira, elaboração de currículo, entre outras questões.  

Porém, o que parecia um benefício proporcionado pelo Itaú aos trabalhadores, logo se transformou em desconfiança, pois uma funcionária desta assessoria contatou os demitidos e conduziu a conversa como se a consultoria fosse parte do processo de desligamento, mas no final do contato pediu para que realizassem um pix como pagamento pelo serviço. 

Diante desta situação, o Sindicato procurou o banco para esclarecimentos e o RH confirmou que se trata de uma empresa real e que a consultoria realmente é paga, mas que os bancários podem utilizar a verba de requalificação profissional, garantida na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), para este fim. 

“Consideramos uma insensibilidade do banco cobrar pela consultoria após sequer ter dado chance aos trabalhadores de se realocarem, e, embora a verba de requalificação possa ser usada para esta finalidade, os bancários deveriam saber de forma transparente de que se tratava de um serviço opcional”, enfatiza Cristina Castro, dirigente do Sindicato e bancária do Itaú. 

O RH do Itaú se comprometeu a reorientar a consultoria para que a oferta do serviço fique mais clara.  

O Sindicato irá acompanhará de perto esta situação e, caso algum bancário demitido não tenha a informação clara de que se trata de um serviço opcional e pago, ou mesmo se sentir coagido a utilizá-lo, deve denunciar para a entidade.  

O Sindicato recentemente aperfeiçoou seu Canal de Denúncias, que garante total sigilo e retorno efetivo para cada caso. O bancário pode também entrar em contato por meio da Central de Atendimento remota, por chate-mail e WhatsApp, ou ainda pelo telefone 3188-5200. 

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