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Chapéu
#JurosBaixosJá

Nas ruas e redes, bancários voltam a protestar por queda da Selic

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Sindicato presente no ato, em frente ao Banco Central, pela queda na Selic

Nesta terça-feira, 31 de outubro - mesma data em que o Copom (Comitê de Políticas Monetárias), do Banco Central (BC), volta a se reunir para decidir mudanças na Selic (taxa básica de juros) - o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, participou de mais um ato nacional por juros mais baixos, convocado pela Contraf-CUT.

Em São Paulo, o protesto foi realizado em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, e reuniu representantes dos movimentos sindical e sociais.

“O Sindicato, desde o início deste ano, está mobilizado, nas ruas e redes, pela redução da Selic. Já conquistamos duas reduções consecutivas, mas é necessário reduzir ainda mais para que seja viabilizado de forma plena o projeto de reconstrução do país, eleito nas urnas em 2022, com desenvolvimento econômico, investimentos, e geração de emprego e renda”, diz a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro.

“Os movimentos sociais e sindicais pedem mais uma vez a redução da taxa de juros, que ainda permanece impraticável e perpetua a pobreza e a injustiça social no Brasil”, acrescenta a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias.

De acordo com a economista da subseção do Dieese na Contraf-CUT, Vivian Machado, a tendência é que o Copom anuncie mais uma queda de 0,5% na taxa básica de juros. Com isso, a Selic passaria de 12,75% para 12,25%.

O anúncio da taxa Selic deve ocorrer no final da tarde de quarta-feira (1), quando será encerrada a reunião do Copom.

Redes

Também foi realizada uma grande ação nas redes sociais pela redução da taxa básica de juros, com postagens acompanhadas da hashtag #JurosBaixosJá.

Trajetória

Desde 2021, o Banco Central - sob o comando de Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro - adota uma política monetária que mantém elevada a taxa básica de juros.

Naquele ano, o Copom iniciou uma série de aumentos da Selic, que saltou de 2% para 13,75%, percentual mantido de agosto de 2022 até agosto deste ano, quando, após intensa pressão dos movimentos sindical e sociais, o Copom fez duas reduções consecutivas da taxa de juros, que atualmente está em 12,75% ao ano, ainda em patamar muito elevado.

Para o economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor, uma taxa básica de juros razoável no Brasil seria de 5% a 6%, o que acarretaria uma taxa real de juros por volta de 1,5%, similar à praticada por países da Europa e Estados Unidos.

Sondagem do Dieese mostrou que, cada ponto percentual na taxa Selic significa um aumento do custo anual da dívida pública de cerca de R$ 38 bilhões.

Ou seja, na prática, manter os juros altos prejudica o investimento do Estado em áreas essenciais como infraestrutura, saúde e educação; trava os investimentos no setor produtivo e a geração de emprego e renda; e só beneficia, em sua maioria, instituições financeiras, que são as maiores detentoras dos títulos da dívida pública.

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