A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal se reuniu com o banco nesta quinta-feira 10 para dar continuidade às negociações permanentes com o banco sobre questões de interesse das empregadas e empregados.
Entre os temas mais imediatos, a definição dos critérios e forma de pagamento dos deltas referentes à promoção por mérito, questões relacionadas ao Saúde Caixa e a continuidade das negociações sobre questões envolvendo caixas e tesoureiros foram os principais temas debatidos na reunião.
“Nosso papel, como movimento sindical, é defender os interesses das empregadas e empregados e a manutenção do caráter público da Caixa. Neste sentido, nossa luta é por valorizar o banco como instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país e o reconhecimento de que as empregadas e empregados são os responsáveis pela execução das tarefas necessárias para que a Caixa cumpra este papel e, consequentemente, também precisam ser valorizados”, disse o coordenador da CEE, Rafael de Castro.
Promoção por Mérito
A diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil, lembrou que o banco desempenha tarefas fundamentais na execução de políticas sociais do governo federal. “Por isso é tão importante o debate que será realizado no GT de Promoção por Mérito. Precisamos deixar claro que não apenas as atividades comerciais do banco, mas também aquelas de atendimento aos beneficiários dos programas do governo, do FGTS, e outros tantos trabalhos fundamentais para o país também devem ser reconhecidos, apesar de não trazer resultados financeiros para o banco”, observou.
A reunião do GT de Promoção por Mérito ficou marcada para o dia 15 de outubro, às 10h30, por videoconferência. Mas a CEE ressaltou a necessidade de o banco passar, antes da reunião, informações sobre o orçamento definido para o pagamento dos deltas, os números do pagamento da promoção por mérito referente a 2023 (paga neste ano), quantos empregados existem em cada referência. O banco ficou de mandar as informações para a CEE até segunda-feira (14).
Saúde Caixa
A reunião do GT Saúde Caixa ficou agendada para o dia 21 de outubro, às 10h30, por videoconferência. Além da apresentação dos números do plano, também estarão em pauta a discussão sobre o fim do teto de custeio pelo banco com a saúde dos empregados, estabelecido atualmente em 6,5% da folha de pagamentos; a extensão do direito de manutenção do plano após aposentadoria aos empregados contratados a partir de 2018; a continuidade da implementação e funcionamento das gerências e representações regionais de pessoas (Gipes e Repes) e a criação dos comitês regionais de credenciamento e descredenciamento; a taxação do plano prevista no PLP 68/2024, que tramita no Senado; e questões relacionadas à auditoria do plano.
Caixas e tesoureiros
Os representantes dos empregados lembraram que o debate sobre caixas e tesoureiros é uma continuidade das negociações realizadas durante a Campanha Nacional dos Bancários. Ao final das negociações, o tema foi apartado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para que dentro de 50 dias fossem apresentadas alternativas aos pontos tratados durante a campanha. A negociação ficou agendada para o dia 29 de outubro, às 10h, presencial em Brasília.
“Reforçamos a reivindicação para que a Caixa compartilhe com antecedência as informações sobre este tema, pois precisamos dialogar antes com os empregados, por meio de plenárias e conversas nas agências e demais locais de trabalho. Com transparência e embasados nos dados”, enfatizou Vivian Sá, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Com essas informações poderemos dialogar com os empregados, saber o que eles pensam e querem para, então, encaminharmos os relatos à Caixa”, completou.
- A CEE pediu que a Caixa informe: a quantidade de empregados que realizam a função por minuto e por prazo;
- Quantos realizam a função minuto e por prazo de forma ininterrupta e quais as funções eles realizam de forma efetiva;
- Informações sobre o passivo trabalhista envolvendo esse segmento em ações referente ao intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho (10/50); quebra de caixa, 7ª e 8ª horas-extras e substituição de função;
- A quantidade de caixas e tesoureiros afastados para tratamento de saúde.
A Caixa ficou de passar as informações à CEE até o dia 17 de outubro, para que esta as repasse aos sindicatos e eles realizem plenárias sobre o tema com os empregados e empregadas até o dia 25 de outubro e a CEE tenha estes debates relatados pelos sindicatos antes do dia 29, quando será realizada a reunião de negociação com o banco.
Outros temas
Banco do futuro: para o coordenador da CEE, na Caixa, a transição para o futuro precisa atender a necessidade do banco e da sociedade, sem prejudicar os empregados. “A Caixa é mais do que um banco. Ela precisa enxergar onde está seu nicho de atendimento e investir pesado em oferta de soluções financeiras a uma multidão que anseia por nossos serviços, mas que há mais de uma década é jogada para as lotéricas, fintechs e cooperativas” observou. Para ele, a Caixa não pode abrir mão de disputar todos os segmentos de mercado. “A relevância da Caixa 100% pública se faz em todos os níveis de atendimento. E precisamos retomar a confiança de um grande público que foi posto pra fora do banco numa política equivocada de diminuir atendimentos, que resultou em migração em massa de nossos clientes (e sua rentabilidade) para instituições que cobram 10%, 12%, 15% de juros em operações de crédito pra quem poderia muito bem estar pagando taxas muito menores que são cobradas pela Caixa, ampliando nosso resultado e fazendo a Caixa cumprir seu papel de agente de políticas públicas”, ressaltou.
Condições de trabalho: outro tema que voltará a ser tratado assim que forem encaminhados os temas mais urgentes é o que se relaciona com as condições de trabalho dos empregados. “Durante as negociações ficamos de retomar os fóruns regionais de condições de trabalho e o GT de Condições de Trabalho e não podemos deixar isso cair no esquecimento, pois existem muitos problemas que afetam o dia a dia de trabalho no banco”, disse Rafael de Castro.
Teia e Minha Trajetória: a CEE também quer retomar o debate sobre os programas de desenvolvimento e de avaliação de desempenho dos empregados, para permitir verdadeiramente o desenvolvimento de todos e evitar que sejam usados critérios subjetivos na avaliação, que dão margem para o assédio e favorecimentos pessoais.
Recepção aos novos contratados: houve uma turma de novos contratados de todo o país que foram recepcionados em Brasília sem a participação das entidades sindicais. A CEE cobrou e a Caixa se comprometeu a dar espaço para os sindicatos participarem dos eventos de recepção aos novos contratados, que agora serão regionais. O próximo evento de recepção será realizado no Rio de Janeiro, no dia 21/10. A Caixa já vai avisar a SR local para abrir espaço para o movimento sindical e associativo participar da atividade. Não há outra data agendada e o banco ficou de avisar ao sindicato local e à Contraf-CUT quando houver uma nova data.
Funcef: a CEE cobrou da Caixa o compromisso, assumido em mesa de negociações, de que seria instalado um GT Tripartite com a Funcef e a CEE para tratar de questões específicas do fundo de previdência das empregadas e empregados.
Empregados endividados: a CEE cobrou o compromisso da Caixa, também assumido em mesa de negociações, de que seria estudada uma forma de solucionar o problema de empregados com dívidas em atraso. Caixa informou que os estudos da solução estão em estágio avançado e logo será apresentada a proposta para a CEE.