Dezenas de depoimentos e uma única história, a luta contra a privatização daquele que foi o maior banco público do país, marcaram o ato que lembrou os 10 anos de privatização do Banespa. O dia 20 de novembro de 2000 está na memória de muita gente e separa a história entre o antes e o depois do leilão em que o banco paulista foi obrigado a se tornar um banco espanhol.
“Essa data será lembrada em todos os anos, para não só valorizarmos a história dos que fizeram a luta e denunciar aqueles que entregaram o patrimônio paulista, mas para que cada vez que tentarem privatizar um banco público, a população saiba defendê-lo e garantir que haja instituições voltadas a promoção do desenvolvimento econômico”, disse Paulo Salvador, presidente da Afubesp (Associação dos Funcionários do Banespa).
Os turistas e estudantes que visitaram o prédio do “Banespa” da Rua João Brícola, bem como a população que passava pelo centro de São Paulo, recebeu um cartão postal do prédio, considerado um dos marcos da arquitetura de São Paulo, com um breve histórico sobre a resistência dos bancários contra a privatização.
No ato, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, lembrou que o lucro do Santander no Brasil representa 25% dos ganhos globais do grupo espanhol. “Se o lucro do Brasil é tão importante para a instituição espanhola, porque não seria para o Estado de São Paulo?”, disse na tentativa de derrubar alguns dos mitos utilizados à época para tentar justificar a venda do Banespa, como o de que o banco estaria quebrado.
A defesa do papel dos bancos públicos como fomentadores do desenvolvimento foi destacado por todos que participaram do ato. A atuação do Banco do Brasil, Caixa Federal e BNDES, durante a mais recente crise financeira mereceu destaque, já que os bancos públicos ampliaram a oferta de crédito, diferentemente das instituições nacionais privadas que retraíram e em especial as estrangeiras internacionais, que até remeteram recursos a seus países.
Além dos diretores da Afubesp e do Sindicato, aposentados do Banespa, funcionários do Santander, representantes de Sindicatos, da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Central Única dos Trabalhadores participaram e apoiaram o ato.