São Paulo – Se trabalhadores do Itaú de agências e centros administrativos sofrem com demissões e regras nada claras do Prad e do Agir, funcionários dos Postos de Atendimento Bancários (PABs) também enfrentam dificuldades oriundas da falta de organização da gestão do banco.
Segundo denúncias, em alguns PABs, equipamentos dos caixas foram transportados para a mesa da gerência. “Vale lembrar que a mudança foi feita por nós mesmos e o procedimento foi batizado como caseiro”, relata bancário. Outro destacou que nas mesas do PAB em que trabalha mal cabem os equipamentos, como impressoras, aparelhos telefônicos e, muitas vezes, nem o numerário. “Estamos expostos e assoberbados com tantas cobranças”, desabafou.
Constrangimento – Outra denúncia é que o banco não ofereceu treinamento adequado aos bancários transferidos para os PABs. Os funcionários reclamam que existem muitas dúvidas em relação aos produtos. E para esclarecê-las, é necessário ligar para a central de atendimento, mesmo número utilizado pelos clientes.
Metas abusivas – “Precisamos entregar resultados a qualquer preço”, relatou outro funcionário. Ele ressalta que existem problemas nas regras de venda de produto, e a cobrança diária continua mesmo enquanto não são esclarecidos. “Falta suporte adequado, infraestrutura, e compreensão.”
Outra queixa é que os PABs estão com metas muitas vezes maiores que das agências, além de ter de cumprir outras da área comercial e operacional, atividade acumulada pelo que o banco chama de “caixa multifunção”. Segundo a dirigente sindical Márcia Basqueira, isso não ocorre nas agências.
Valorização – A campanha de valorização dos funcionários do Itaú, Esse cara sou eu!, foi relançada. O objetivo é cobrar do banco a abertura de canal para negociar as questões não atendidas desde o lançamento, em abril deste ano.
Entre as exigências, estão o debate das regras do Prad e do Agir e também o fim das metas abusivas. “São questões ligadas a todos os funcionários do Itaú. Quem trabalha nos PABs está se sentindo abandonado pela gestão do banco, uma gestão que demite, que mensura metas que parecem não ter parâmetros, e que obriga seus bancários a trabalharem sem estrutura compatível ao maior banco privado do país”, ressalta Márcia Basqueira.
Gisele Coutinho – 25/11/2013
Linha fina
Desorganização e falta de estrutura. É isso que o maior banco privado do Brasil oferece aos seus funcionários em postos de atendimento. Campanha por valorização continua
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