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Mais Médicos ganha reforço de 2 mil profissionais

Linha fina
Em São Paulo, serão mais 82 médicos que serão distribuídos em 64 UBSs de regiões carentes da cidade
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Brasília – Após terem passado por avaliação e por um período de ambientação nos estados onde vão trabalhar, começa nesta segunda 4 o trabalho nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de mais 2,1 mil profissionais com diploma de medicina obtido no exterior. Deste total, 82 dão início aos atendimentos na cidade de São Paulo.

Parte do programa do governo federal Mais Médicos, o grupo foi avaliado durante três semanas por professores de universidades federais e teve testados os conhecimentos dos protocolos de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os profissionais tiveram os registros emitidos pelo Ministério da Saúde, conforme previsto em medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. Inicialmente, essa atribuição era do Conselho Federal de Medicina mas, após polêmica e demora na concessão, foi transferida do órgão de classe, que ficará com a função de fiscalizar o trabalho.

São Paulo – Os 82 estrangeiros que começam a trabalhar na cidade de São Paulo serão distribuídos em 64 UBSs que contam com equipes de saúde da família. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, serão contempladas regiões de maior vulnerabilidade social conforme os critérios do Ministério da Saúde. As que vão receber a maioria (36) estão na zona sul. As regiões norte e sudeste vão receber 16 cada uma e a leste, 14.

A UBS contemplada com o maior número de profissionais é a da Vila Maggi, em Pirituba, na zona norte, que receberá quatro.

Na primeira fase do programa na capital se apresentaram 16 médicos, sendo três brasileiros e 13 intercambistas.

"A chegada dos estrangeiros não vai resolver o problema na cidade, mas certamente vai ajudar muito a população que sofre por causa da falta de médicos", avalia o coordenador dos movimentos populares de saúde de São Paulo e usuário do sistema público, Frederico Soares de Lima. "Além disso, o programa federal está voltado para a saúde básica, que trabalha de maneira preventiva, evitando doenças e a sobrecarga em hospitais". De acordo com ele, o encaminhamento de mais profissionais para os postos da zona sul também é acertada, já que a região enfrenta grande falta de médicos.

Ampliação - Também a partir de segunda-feira 4, começam a desembarcar no Brasil mais 3 mil cubanos que vão participar do Mais Médicos. O primeiro grupo, de 2,6 mil, chega até 10 de novembro nas capitais, onde vai cursar o módulo de avaliação Outros 400 chegam na semana seguinte. A previsão é que eles comecem a atuar em dezembro.

Os cubanos participam do programa por meio de cooperação firmada entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde em agosto de 2013.

Mais Médicos - Lançado em 8 de julho, o programa aumenta o número de médicos nas regiões carentes do país pagando bolsa de R$ 10 mil por mês. Os municípios são responsáveis por garantir alimentação e moradia.

Os brasileiros têm prioridade no preenchimento das vagas e as remanescentes são oferecidas aos estrangeiros. De acordo com o secretário Mozart Sales, a partir de dezembro serão reabertas as inscrições para profissionais brasileiros. A estimativa do Ministério da Saúde é chegar no  final de 2013 com mais de 6,6 mil profissionais.

Já estão atuando 1.499 médicos, dos quais 819 são brasileiros e 680 estrangeiros. Pelas contas do ministério, a população atendida passou de 5 milhões para 13 milhões. Só em setembro, foram 320 mil consultas pelos médicos participantes.

O programa ampliou também o acesso a medicamentos. No período, 14 mil pacientes retiraram produtos das farmácias populares.

Infraestrutura - Em seu programa semanal de rádio, a presidenta Dilma também falou do mais Médicos e outras ações do governo na saúde. Segundo ela, até março de 2014 serão 13 mil profissionais para uma população de 46 milhões de brasileiros.

Dilma destacou ainda que, além de aumentar o número de médicos, o governo federal investe na construção, reforma e ampliação de postos de saúde e na formação profissional.

Foram concluídas obras em mais de 4 mil postos de saúde em todo o país e estão sendo feitas ampliações e reformas em 16,7 mil unidades desse tipo, além de 6,2 mil estarem em construção.

"Em junho, eu propus aos governadores e aos prefeitos um pacto pela saúde para ampliar o acesso e melhorar a qualidade dos serviços que se oferece à população. Para tornar esse pacto realidade, estamos combinando dois esforços: primeiro estamos acelerando os investimentos, segundo estamos levando mais médicos para atender a população", disse.


Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual, e Yara Aquino, Agência Brasil, com edição da Redação - 4/11/2013

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