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BB lucra R$ 11,8 bi em setembro

Linha fina
Mesmo com resultado nas alturas, banco extinguiu 2.552 empregos em doze meses; para Sindicato, instituição aposta no ganho a custa da sobrecarga do trabalhador
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São Paulo – Apesar do lucro do Banco do Brasil continuar crescendo, a instituição financeira mantém a política de cortes de emprego. O balanço referente aos primeiros nove meses do ano aponta um lucro líquido de R$ 11,888 bilhões, resultado 43,5% maior que o apresentado em setembro de 2014. O montante leva em consideração os impactos de receitas extraordinárias, a maior delas (R$ 3,212 bilhões) corresponde à operação Cateno, acordo de associação entre BB Elo Cartões e Cielo no ramo de meios eletrônicos de pagamento. Já o lucro líquido ajustado, que exclui os itens extraordinários, foi de R$ 8,947 bilhões, crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar do bom desempenho, a instituição financeira cortou 2.552 postos de trabalho em doze meses (setembro de 2014 a setembro de 2015). Assim, em setembro deste ano o número de empregados do BB chegou a 109.352.

“Os dados mostram que o banco aposta no ganho a custa da intensificação do trabalho. O lucro cresce e, ao mesmo tempo, o número de bancários diminui. Isso leva ao adoecimento do funcionário, cada vez mais sobrecarregado e pressionado a cumprir metas abusivas”, critica a diretora do Sindicato e funcionária do BB Silvia Muto.

A dirigente, integrante do conselho de usuários da Cassi, lembra que o impacto na saúde do funcionalismo reflete no desempenho da caixa de assistência. “A Cassi está com quadro deficitário, mas na hora de negociar o déficit, o banco se exime de sua responsabilidade e quer que isso fique nas costas do trabalhador. A empresa sobrecarrega e adoece seus funcionários e tem de assumir as consequências disso”, afirma Silvia.

Ela lembra que o funcionalismo reivindica um aporte de R$ 300 milhões do BB na Cassi, e que apenas com a receita extraordinária da operação Cateno (R$ 3,212 bilhões) o banco cobriria isso com folga. “As cifras altíssimas do balanço não deixam dúvidas de que não há justificativa para que o banco não invista na Cassi.”

O balanço mostra ainda que houve redução no número de agências. Apenas no terceiro trimestre deste ano, o BB fechou 120. O saldo em doze meses é de 69 unidades a menos. A empresa chegou em setembro deste ano com um total de 5.424 agências.

Houve ainda queda no número de contas correntes, de 39,04 milhões em setembro de 2014 para 38,06 milhões no mesmo mês deste ano. Apesar disso, as receitas de prestação de serviços e tarifas cresceram 9,5% atingindo R$ 19,675 bilhões. “Se o número de contas correntes cai e mesmo assim a receita de tarifas aumenta é provavelmente porque o banco, apesar de ser uma instituição financeira pública, aposta em ganhar o máximo com o mínimo: aumentando as tarifas cobradas dos clientes e diminuindo o número de funcionários”, diz o diretor do Sindicato Cláudio Luis.

Ele destaca outro dado do balanço: “Apenas com o que arrecada em tarifas e serviços cobrados dos correntistas, o BB cobre 107% do total de despesas de pessoal. O que corrobora que os cortes de postos de trabalho são injustificáveis.”

O índice de inadimplência (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada) alcançou 2,20% em setembro. No mesmo mês de 2014, o índice de inadimplência foi de 2,09%.


Redação – 13/11/2015
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