Pular para o conteúdo principal

Consciência que faz a diferença no banco Pan

Linha fina
Bancários lotaram a Regional Paulista do Sindicato para aprovar acordo de PPR que prevê pagamento de um salário a mais e muitos se sindicalizaram reconhecendo trabalho da entidade
Imagem Destaque
São Paulo – Os funcionários do banco Pan deram uma aula de conscientização na assembleia que aprovou o acordo do Programa de Participação nos Resultados (PPR). Muitos deles eram oriundos da Panserv, terceirizada que prestava serviços ao banco e que graças à atuação do Sindicato tornaram-se bancários no ano passado.

> Panserv: funcionários entram para categoria

Felizes com o resultado do acordo negociado pelo Sindicato – que vai resultar no pagamento de no mínimo um salário a mais de PPR, inclusive aos afastados –, muitos fizeram sua sindicalização ali mesmo, ao final da assembleia que lotou o auditório da Regional Paulista do Sindicato na manhã da quinta 12.

Além do PPR maior, uma novidade, fruto da negociação este ano: os funcionários do Pan receberão 14ª cesta-alimentação. O acordo de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, que prevê o instrumento de combate ao assédio moral, também foi renovado. A licença-maternidade de seis meses continua valendo.

Negociação dura – A negociação do PPR foi dura, já que o banco não teve lucro no primeiro semestre do ano e pequeno no terceiro trimestre. Ou seja, os trabalhadores não receberão a primeira parcela da PLR e a segunda depende de o resultado continuar subindo até o fim do ano.

O próprio negociador do banco informou aos bancários que o PPR alcançado – no ano passado o Programa correspondeu a 60% do salário – só veio após terem “apanhado muito” do Sindicato. O banco busca, de acordo com esse representante do Pan, diferenciar-se do antigo controlador, o Panamericano, tanto no que se refere à triste lembrança das fraudes, quanto na relação com os empregados. O Sindicato está acompanhando de perto todo esse processo para ampliar cada vez mais os direitos dos empregados do Pan.

“Fizemos questão de explicar aos bancários tudo que o Sindicato pode fazer por eles e todos os direitos que têm. A assembleia durou cerca de uma hora e meia, respondemos muitas perguntas: eles queriam entender porque a campanha demorou e lembrei das tantas rodadas de negociação, da proposta rebaixada dos bancos, de 5,5%, e da postura firme do Sindicato até conseguir que o reajuste dobrasse para 10%. Os trabalhadores saíram satisfeitos com a representação que têm”, relata a dirigente sindical Wanessa de Queiroz, que estava na assembleia.

Distribuição mais justa – O Sindicato acompanha, ainda, de perto, o compromisso do banco de reduzir o teto de pagamento do PPR – que chega hoje a 25 salários para determinados segmentos. A ideia é reduzir o teto e estruturar o programa para aumentar o valor de distribuição do lucro pela base.

Vale lembrar que o PPR é adicional, ou seja, não será descontado da PLR que pode ser paga em fevereiro de 2016 aos empregados do Pan, caso o banco tenha lucro.

Não ao assistencial – Uma bancária relatou, ainda, que convenceu muitos trabalhadores a desistirem da solicitação do não desconto da Contribuição Assistencial. Ela lembrou aos colegas que eles nem conseguiram participar da greve. Ou seja, além do PPR negociado, tudo que os bancários estão recebendo foi fruto da luta da categoria graças a toda a estrutura do Sindicato. “Falei a ele sobre os altos gastos com a greve de 21 dias. Eles deram uma aula de consciência de classe”, comemora Wanessa.


Cláudia Motta – 12/11/2015
seja socio