São Paulo – A mesa de negociação da Comissão Bipartite de Acompanhamento da Cláusula de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, realizada na segunda-feira 27, na sede da Fenaban (federação dos bancos), terminou mais uma vez sem respostas positivas às reivindicações dos trabalhadores.
O assédio moral foi o ponto central discutido pela Comissão, que ressaltou a importância da estratificação dos dados de denúncias sobre assédio moral e outros casos de adoecimentos no ambiente de trabalho, requerida pelos representantes dos trabalhadores na última reunião, e a redução do prazo para a solução das denúncias. “Nós precisamos de uma apresentação semestral dessas informações, pois precisamos analisar as denúncias e ter uma visualização melhor sobre o que está transitando e outros tipos de situações ligadas ao assédio moral e à saúde do trabalhador”, explicou Walcir Previtale, secretário de Saúde da Contraf-CUT.
Para Marcio dos Anjos, representante do Comando Nacional dos Bancários, é muito importante que a mesa traga respostas às reivindicações para que seja possível avançar. “Sobre a redução do prazo, entendemos que é tranquilo que os bancos possam fazer isso em 30 dias. Sobre a estratificação, nós precisamos ter os dados para comparar do que estamos falando e que a gente não encerre uma reunião com o sentimento de não ter avançado”, disse.
A análise das denúncias recebidas pelo movimento sindical aponta para o aumento do adoecimento psicológico da categoria. “Alguns dados, que a categoria já produziu, apontam o adoecimento psicológico e com avanços para atitudes suicidas. Temos uma grande preocupação quando essa cláusula não dá condição de a gente mostrar para o trabalhador condições para que ele não ataque contra a sua própria vida”, disse Wadson Boaventura, dirigente da Fetec Centro Norte.
A falta de justificativa dos bancos em não apresentar a estratificação de dados prejudica o avanço das mesas de negociação, de acordo com Rosângela Lorenzetti, da Fetec São Paulo, “Queríamos que o banco concordasse com essas reivindicações para a gente evoluir nas próximas reuniões. ”
Para Luciana Duarte, dirigente da Fetrafi-Minas Gerais, o trabalho só evolui se ambos os lados se unirem em busca do aprimoramento do instrumento. “Se não trabalharmos juntos e não tivermos uma troca de informações, não conseguiremos dar seguimento ao trabalho”, disse.
Os representantes dos trabalhadores entendem que o instrumento vai além de ser um receptor de denúncias e tem como objetivo trabalhar na evolução dos métodos de prevenção de conflitos e melhorias de condições de trabalho. A expectativa é de que na próxima reunião, a ser realizada em 2018, os pontos debatidos possam avançar e que as reivindicações sejam atendidas.