São Paulo – Movimentos sociais de luta por moradia popular ocuparam nesta quarta-feira (8) as ruas de várias capitais para denunciar o desmonte das políticas habitacionais promovido pelo governo Temer. Os atos também repudiaram os planos de privatização dos bancos públicos – principais responsáveis pela gestão de recursos para contratações do Minha Casa, Minha Vida.
Em entrevista à jornalista Marilu Cabanas, na Rádio Brasil Atual, Evaniza Rodrigues, da União dos Movimentos de Moradia, destaca a promessa feita pelo governo, no início do ano, de liberação de recursos para programas de moradia popular, que não foi cumprida. "Desde que Temer está no poder é o tempo que estamos sem contratação de moradia para os mais pobres. Não há recursos para urbanização de favelas. No começo do ano, foi prometido que o governo retomaria os programas, mas nós já estamos em novembro e, até agora, nada", lamenta.
Os movimentos foram às ruas das cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Manaus. Também está prevista a realização de uma passeata em Brasília, que terminará em uma reunião com o relator da lei orçamentária para 2018 na Câmara, Cacá Leão (PP-BA).
Em setembro, o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto de orçamento para 2018, no qual zerava os recursos destinados para o Minha Casa, Minha Vida. Após pressão popular, o Executivo reenviou, na semana passada, uma nova peça orçamentária com pouco mais de R$ 6 bilhões destinados ao programa.
"Pelos menos dá para tocar as obras em andamento, mas será um ano seco para a construção de novas moradias. Quando você fica destinando um monte de recursos para emendas parlamentares, é claro que não vai ter dinheiro para outras prioridades", afirma Evaniza, em referência ao fato de Temer ter liberado R$ 65 milhões em emendas para se salvar da denúncia da Procuradoria Geral da República contra ele.
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