25 de Novembro é o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, campanha organizada pela UNI Mulheres, que também dá início oficialmente aos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que vão até 10 de dezembro. Em 2020, tem como tema central o combate a violência doméstica que ocorre durante o isolamento social por conta do coronavírus.
No Brasil, a mobilização já começou no dia 20, Dia da Consciência Negra, pelo fato de as mulheres negras serem as principais vítimas da violência, sendo uma das pautas do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região no mês de novembro.
Além dos casos de violência durante a pandemia e de homicídios de mulheres negras, neste ano os 16 Dias de Ativismo englobará outros casos recentes que chocaram a opinião pública e demonstram que está havendo retrocessos no país como, por exemplo, o caso da digital influencer Mari Ferrer; da mãe espancada enquanto estava algemada e do estupro de crianças.
"Hoje é mais para marcar o dia mundial de atos, protestos e lembrar de como estamos longe de erradicar a violência e de como é importante tirar o tema da invisibilidade e mostrar para a sociedade que é preciso discutir, mudar posturas, comportamentos, cobrar providências do poder público", diz Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato e vice-presidenta da Uni América Mulheres.
Neiva acrescenta que mais que cobrar mudanças de comportamento de quem está ao nosso redor, é preciso olhar para dentro de si e contribuir para o fim da violência. "Só esse ano vimos o caso de Mari Ferrer e mais mulheres dopadas e estupradas em casas de show e porque ninguém fez nada? Recentemente, vimos uma mãe, grávida, ser espancada algemada por um policial dentro de uma delegacia e vários homens ignoravam. Essas atitudes também precisam ser repensadas para gerar a mudança que queremos", diz.
Estupro de crianças
A secretária-geral também relembra o caso da criança de 10 anos que foi estuprada pelos tios e depois foi violentada pelo Estado, que tentou negar seu direito a interrupção da gravidez.
"Estamos vendo muitos retrocessos com o governo Bolsonaro. É só relembrar que a ministra Damares fez. Quem deveria cuidar e ajudar neste caso, acabou condenando a vítima e chegou a colocar fanáticos religiosos na porta do hospital para hostilizar a menina. Isso é gravíssimo. Também é um tipo de violência que devemos combater", comenta.
#RespeitaAsMinas
Também na quarta-feira 25, um tuitaço com a hashtag #RespeitaAsMinas marcou o Dia de Luta em apoio mundial às vítimas da violência, seja ela doméstica ou praticada nos mais diferentes locais.
As mulheres são 49% do quadro funcional dos bancos, mas são poucas em cargos de diretoria. #RespeitaAsMinas. Denuncie a violência contra a mulher. Disque 180. pic.twitter.com/4fmgPCV1Yi
— Contraf-CUT (@Contraf_CUT) November 25, 2020
Porque o dia 25 de novembro?
Em 25 de novembro de 1960, três irmãs, Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, foram assassinadas na República Dominicana por forças militares do então ditador Rafael Leónidas Trujillo.
A data foi assumida pelo movimento de mulheres de todo o mundo como Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher.
Segundo a ONU, cerca de 70% das mulheres no mundo sofrem violência ao longo de suas vidas. A forma mais comum de violência experimentada por mulheres a nível mundial é a violência física, seguida da violência sexual e, por ultimo, a violência psicológica.