O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, anunciou no início da noite desta quarta-feira 1 a redução de 0,5 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Com a decisão, a taxa básica de juros ficou em 12,25%.
Na véspera do anúncio do Copom, os movimentos sociais e sindical promoveram atos em todo o país para pressionar pela queda nos juros. O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região esteve presente no ato realizado em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista.
“Selic baixa impacta toda a sociedade, desde o custo do crédito, os investimentos do estado em áreas essenciais como infraestrutura, saúde e educação até a geração de emprego e renda. É fundamental que essa queda se mantenha. Vamos manter nossa pressão com a campanha #JurosBaixosJá chamando a atenção da sociedade sobre o impacto dessa política de juros praticada pelo Banco Central”, diz Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e região.
Trajetória
Desde 2021, o Banco Central - sob o comando de Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro - adota uma política monetária que mantém elevada a taxa básica de juros.
Naquele ano, o Copom iniciou uma série de aumentos da Selic, que saltou de 2% para 13,75%, percentual mantido de agosto de 2022 até agosto deste ano, quando, após intensa pressão dos movimentos sindical e sociais, o Copom fez três reduções consecutivas da taxa de juros, que hoje ficou definida em 12,25% ao ano, ainda em patamar muito elevado.
Para o economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor, uma taxa básica de juros razoável no Brasil seria de 5% a 6%, o que acarretaria uma taxa real de juros por volta de 1,5%, similar à praticada por países da Europa e Estados Unidos.
Sondagem do Dieese mostrou que, cada ponto percentual na taxa Selic significa um aumento do custo anual da dívida pública de cerca de R$ 38 bilhões.
Ou seja, na prática, manter os juros altos prejudica o investimento do Estado em áreas essenciais como infraestrutura, saúde e educação; trava os investimentos no setor produtivo e a geração de emprego e renda; e só beneficia, em sua maioria, instituições financeiras, que são as maiores detentoras dos títulos da dívida pública.