O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região está cobrando explicações do Nubank após a demissão de 12 trabalhadores, ocorrida sexta-feira 7, um dia depois de uma reunião interna da empresa que gerou forte repercussão entre os funcionários. O encontro, chamado de “coffee break” com o CEO David Vélez, reuniu cerca de 7 mil dos 9,5 mil empregados da fintech e ocorreu sem aviso prévio ao Sindicato.
Na véspera, o Nubank havia informado ao Sindicato e aos trabalhadores que pretende adotar um novo modelo de trabalho híbrido. O plano prevê dois dias presenciais por semana até 1º de julho de 2026 e três dias até 1º de janeiro de 2027. Essa será uma mudança significativa em relação ao atual formato, que exige apenas uma semana de trabalho presencial por trimestre.
De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato, os desligamentos aconteceram logo após a reunião com o CEO, durante a qual alguns trabalhadores teriam se manifestado de forma crítica às novas regras.
“Recebemos a denúncia sobre as demissões desses trabalhadores e procuramos a direção do Nubank para esclarecimentos e abertura de negociação sobre a suspensão dessas demissões. Os trabalhadores foram convidados a se manifestar em uma reunião e depois são punidos com demissão? Queremos esclarecimentos”, afirmou a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro.
O Sindicato esteve em contato os funcionários demitidos e os relatos divergem das justificativas apresentadas pela empresa. A entidade defende que não haja retaliação contra quem se manifestou durante o encontro e cobra transparência sobre os critérios adotados nas dispensas.
A entidade também destaca que o Nubank havia se comprometido, em reunião realizada na manhã anterior ao episódio, a manter diálogo constante e reuniões periódicas com o Sindicato para acompanhar a implementação do modelo híbrido. “O primeiro problema já apareceu, e precisamos de uma resposta consistente da empresa”, pontuou Neiva Ribeiro.
Nos próximos dias, o Sindicato convocará uma reunião virtual para ampliar a escuta da categoria. Até lá, todos os trabalhadores e trabalhadoras podem denunciar eventuais problemas por meio do canal de denúncias presente no site da entidade.