A delegação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região marcou presença em Belém (PA), que se tornou o centro mundial do debate climático durante a COP30. Além de acompanhar os desdobramentos da conferência oficial da ONU, o Sindicato atuou de forma ativa na Cúpula dos Povos, realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA), reunindo movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, organizações ambientais e entidades sindicais de todo o país.
A delegação do Sindicato foi composta pelos dirigentes Adriana Oliveira Magalhães, Camila Rodrigues, Elaine Cutis, Irene Dias, Juliana Carminato, Karen Souza, Marcio Rodrigues, Rita Berlofa, Sergio Siqueira, Valter San Martin, Vanderlei Alves e Walcir Previtale. Ao longo das atividades, os sindicalistas reforçaram três compromissos fundamentais:
- Defesa de uma transição ecológica justa;
- Cobrança por responsabilidade socioambiental do sistema financeiro;
- Reconhecimento do papel estratégico dos trabalhadores no enfrentamento da crise climática.
Nos debates, foi destacada a importância dos bancos públicos, como BNDES, Banco da Amazônia e Caixa, na promoção de um desenvolvimento regional sustentável. O Sindicato defendeu a ampliação da transparência e da democracia no sistema financeiro, com fiscalização rigorosa na concessão de crédito, especialmente para setores que impactam diretamente o bioma amazônico.
A delegação também acompanhou denúncias sobre os impactos socioambientais da expansão da energia eólica no Rio Grande do Norte. Moradores relataram perda de direitos, pressão de empresas estrangeiras, além de alterações significativas na fauna e flora locais. Outro tema que acendeu o alerta foi o avanço da exploração de Terras Raras, que pode gerar novos conflitos e danos ambientais.
Barqueata

Em manifestação para marcar o início da Cúpula dos Povos, o Sindicato se uniu a indígenas, quilombolas, trabalhadores e representantes de diversos outros movimentos sociais em uma grande barqueata pelas águas da Baía do Guajará, em Belém, na quarta-feira (12).
Segundo a organização, a manifestação reuniu mais de 200 embarcações, com cerca de 5 mil pessoas. A barqueata começou por volta das 9h, na Universidade Federal do Pará (UFPA), e durou cerca de duas horas, até chegar à Vila da Barca, local onde as construções são de palafitas.
Papel do setor bancário

Na Zona Verde da COP30, os representantes do Sindicato acompanharam iniciativas dos bancos públicos. A Caixa apresentou projetos voltados à economia circular e créditos de carbono. O Banco do Brasil discutiu finanças sustentáveis, educação climática e crédito verde.
Para a dirigente executiva do Sindicato, Karen Souza, a participação na COP30 reforça o compromisso histórico da categoria com pautas estruturais da sociedade brasileira.
"A crise climática é também uma crise social e trabalhista. Estar em Belém, ao lado de trabalhadores, comunidades tradicionais e movimentos sociais, é reafirmar que o Sindicato tem um papel ativo na construção de uma transição ecológica justa, que proteja a Amazônia, garanta direitos e responsabilize o sistema financeiro", afirmou Karen.
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