Imagem Destaque
A corrida, paródia bem-humorada da São Silvestre, é realizada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região desde 1998, quando a entidade criou a brincadeira para pressionar o antigo banco Mercantil de São Paulo (primeiro vencedor da São Pilantra e hoje controlado pelo Bradesco) a pagar a participação nos lucros e resultados devida aos funcionários. O Unibanco sagrou-se o grande campeão da pilantragem, com três “conquistas” (1999, 2000 e 2002, todas por demissões e desrespeito à liberdade sindical), sendo que em 2000 dividiu o título com o juiz Lalau. Em 2001 o vencedor foi Paulinho, presidente da Força Sindical, por sua atuação a favor da flexibilização de direitos da CLT. Em 2003, o ABN Real de Fábio Barbosa, que demitira 190 pessoas às vésperas do Natal, foi o campeão. No ano passado, foi a vez de Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos.
Para 2005, um forte concorrente é o presidente do Grupo Santander Banespa, Gabriel Jaramillo, que, como o ABN em 2003, presenteou mais de 600 bancários com a demissão pouco antes das festas de fim de ano. Em segundo, mas colado em Jaramillo, vem o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, banco que durante a campanha salarial dos bancários usou e abusou da violência policial contra os trabalhadores. Emilson Alonso, do HSBC, corre por fora, por forçar a barra da abertura dos bancos aos sábados.
Outros concorrentes – A polícia inglesa também concorre esse ano ao troféu de São Pilantra, pelo assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes. O pelotão feminino será representado pelas “peruas da Daslu” e pelas consumidoras da Daspu. Não vão faltar, ainda, concorrentes com dólares na cueca, para lembrar algumas das desastradas performances desse ano.
Alguns participantes já são “corredores” clássicos: George W. Bush; Geraldo Alckmin (que este ano estará acompanhado dos meninos da Febem); Paulo Maluf (este ano com seu filho); José Serra (pela transferência das contas públicas do Banco do Brasil para bancos privados), e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Este ano, os atletas da política ganharam um novo parceiro: o ex-presidente do Congresso Nacional, Severino Cavalcanti. E há um forte concorrente: o vereador paulistano Dalton Silvano (PSDB) pela desastrada lei que quer proibir as portas giratórias de segurança nas agências bancárias da cidade.
Outro que não poderia faltar à disputa de São Pilantra do ano é o juiz de futebol Edílson Pereira de Carvalho, pivô do escândalo de esquema de manipulação de resultados do futebol brasileiro.
“Os bancários vão encerrar o ano, mais uma vez, de forma bem-humorada, mas sem perder a chance de registrar seus protestos contra todas as injustiças que marcaram o ano de 2005”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.