Pela primeira vez as contrapartidas que devem ser oferecidas aos clientes, que pagam caro pelos serviços, começaram a ser discutidas. O atendimento – que, diga-se de passagem, é o quesito campeão de reclamações do BC – foi colocado em pauta nas discussões sobre regulação das tarifas bancárias.
Os líderes do PT, Ideli Salvalti (SC), e do PSB, Renato Casagrande (ES), no Senado, trabalham para aprovar um projeto de lei complementar com normas para o setor que entre outras medidas determinaria limitar em 10 minutos o tempo de espera dos clientes nas agências. Já é um grande passo, mas insuficiente. A diminuição do tempo de fila depende da quantidade de bancários no atendimento. A lei das filas tem de prever não só o tempo mínimo de espera, mas um número mínimo de caixas em funcionamento.
As imensas filas e a insegurança nas agências só serão resolvidas quando os bancos deixarem de economizar e reduzir custos com esses itens. Os bancos têm condições de reverter parte do que arrecadaram com receitas de prestação de serviços em contratações. Essas receitas, nos maiores bancos brasileiros, atingiram em setembro 143% dos gastos com pessoal, o que daria para bancar toda a folha de pagamento e ainda sobrariam quase 50%.
A sangria dos altos preços das tarifas cobradas pelos bancos está prestes a ser controlada, mas a população deverá continuar pagando caro. Os bancos passaram as duas últimas décadas criando e reajustando tarifas. Os valores já se encontram em patamares elevados. A redução e a limitação do número de tarifas assim como a padronização de nomenclaturas são passos importantes para diminuir a velocidade do crescimento dos valores cobrados pelas instituições financeiras, mas ainda não suficientes para reduzir esse elevado preço que a população é obrigada a pagar.
Luiz Cláudio Marcolino
Presidente do Sindicato dos Bancários, Osasco e Região
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