São Paulo – O Sindicato continua firme na luta contra o assédio moral. Nessa terça-feira 6, dirigentes realizaram protesto contra a gerente-geral da agência USP do Banco do Brasil, que assedia constantemente os funcionários.
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Entre os abusos praticados pela gestora estão a cobrança de metas abusivas e a coação dos bancários para que eles forcem a venda de produtos que não interessam aos correntistas. Sob o argumento de que segue ordens diretas do superintendente do BB em São Paulo, a gestora ainda obriga os funcionários a realizarem procedimentos fora das normas do banco.
Um problema frequente, denunciado pelos clientes, é a implantação de pacotes de serviços, como cheque especial, sem a devida autorização deles. Os correntistas também estão sendo impedidos de quitar antecipadamente seus empréstimos, e são informados de que só podem fazer isso a partir de janeiro, num claro desrespeito aos direitos do consumidor.
Advertência – Durante o ato, os dirigentes entraram na agência e fizeram uma reunião com os funcionários, que contou inclusive com a presença da gerente assediadora. Ela foi devidamente alertada e esclarecida sobre os motivos do protesto.
“Já tivemos problemas com o gerente anterior dessa agência. Denunciamos à direção do banco, mas eles o substituíram por outro igual ou pior. Não podemos admitir que esse clima de terror persista entre os trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do BB Paulo Rangel.
O dirigente conta que entre as formas de pressão usadas pela gerente estão ameaças de descomissionamento do funcionário ou de sua transferência para outros postos de atendimento. “Se eles se recusam a desrespeitar os direitos dos clientes ou as normas do banco, são ameaçados.”
Outra denúncia recebida pelo Sindicato é de que a gestora dificulta o acesso dos clientes e usuários à parte interna da agência para burlar o sistema de Gerenciamento de Atendimento (GAT). “Os clientes tem de ficar esperando do lado de fora da agência, adiando assim o momento em que pegam a senha, e que começa a contar tempo para o sistema”, explica Paulo Rangel.
Carta aos clientes – Os representantes dos trabalhadores também distribuíram carta aberta a clientes e usuários, denunciado os abusos cometidos na agência e os reflexos disso no atendimento. “Sabemos que há muitos gestores éticos no BB, que têm compromisso com a empresa e com a população. Infelizmente, uma minoria empossada nos cargos de chefia não tem respeito pelos funcionários nem por usuários, já que o assédio moral dentro da agência sempre se desdobra em desrespeito à clientela”, destaca o dirigente.
Negociação – A superintendência do banco já procurou o Sindicato para discutir o problema. Paulo Rangel ressalta que a entidade está aberta ao diálogo com a empresa. “Nós sempre apostamos na negociação, apesar de nem sempre o banco respeitar os acordos feitos com o Sindicato. Mas vamos esperar para ouvir o que a direção da empresa tem a dizer e, se não chegarmos a um acordo, voltaremos a nos manifestar”, avisa.
Andréa Ponte Souza - 06/12/2011