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Brasil precisa de compromisso pelo desenvolvimento

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Centrais sindicais, entidades empresariais e representantes da sociedade civil reúnem-se na quinta-feira para divulgar documento com diretrizes para retomar crescimento do país e que será entregue à presidenta Dilma no dia 9
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São Paulo – Compromisso pelo Desenvolvimento. Esse é o nome do documento que centrais sindicais, entidades empresariais e representantes da sociedade civil lançam na quinta-feira 3, em São Paulo, com diretrizes que visam a retomada do crescimento econômico do país.

Elaborado em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o documento que deve ser entregue à presidenta Dilma Rousseff no dia 9 de dezembro aborda medidas para estimular a geração de empregos, maior oferta de crédito para consumo e capital de giro para as empresas retomarem os níveis de produção, em especial as do setor da construção civil.

Com 2015 já comprometido, é preciso tentar buscar ao menos um princípio de recuperação no ano que vem, em meio a uma crise generalizada de confiança, que contribui para travar os investimentos. “A ideia é atuar na reversão dessas expectativas e procurar uma retomada mais rápida”, observa o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

Além da Central Única dos Trabalhadores (CUT), participam das discussões CSB, CTB, Força Sindical, Nova Central e UGT. Pelo lado dos empresários, devem assinar o documento entidades como Abimaq (máquinas e equipamentos), Abiquim (setor químico), Abit (têxtil), Sinicom (sindicato nacional da construção pesada), Anfavea (montadoras), Sindipeças (autopeças) e Fenabrave (revendedoras), entre outras.

Acordos de leniência – O Compromisso pelo Desenvolvimento trata, ainda, da manutenção dos investimentos na cadeia produtiva da Petrobras e agilidade nos acordos de leniência com as 29 empresas impedidas de exercer suas atividades por conta das investigações da Operação Lava Jato.

Esses acordos podem garantir a penalização dos responsáveis pelos atos ilícitos e, ao mesmo tempo, a segurança jurídica das empresas, sem prejuízo à manutenção dos empregos. Os sindicalistas estão preocupados com os efeitos da Operação Lava Jato nas atividades das empresas investigadas.  Para eles, é fundamental retomar obras importantes como as do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), concluir a Refinaria Abreu e Lima e a obra da fábrica de fertilizantes do Mato Grosso do Sul, entre tantas outras afetadas pela operação.

Para os dirigentes sindicais, se nada for feito, a crise pode atingir também o sistema financeiro, que financiou negócios dessas companhias e, com isso, a situação econômica pode se agravar ainda mais.

“Defendemos uma investigação profunda, transparente e democrática, sem prejuízo ao processo de desenvolvimento econômico e social, com geração de emprego e renda”, pontua o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas. Nesse sentido, as centrais defendem medidas para que as companhias investigadas, a maioria do setor de construção civil e petróleo e gás, possam continuar atuando e firmando contratos com o poder público, enquanto as investigações na área criminal prosseguem.
“Quem comete desvios éticos são pessoas e não empresas. O mundo não pune empresas, pune pessoas”, reforça o secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre.


Redação com informações da CUT - 1º/12/2015
 
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