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Contra demissões, Sindicato fecha prédios do Itaú

Linha fina
Atividades em dois centros administrativos foram novamente paralisadas contra onda de cortes. Quarta-feira tem reunião entre representantes dos trabalhadores e do banco
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São Paulo – A semana começou com mais uma paralisação de atividades no Itaú e mais ameaças de demissão por parte da direção do banco. Em ato contra os cortes, o Sindicato fechou o Centro de Tecnologia (CTO) e os centros administrativos (CA) Raposo e Teodoro Sampaio durante toda a segunda-feira 7, cobrando do banco abertura de diálogo e explicação sobre a onda de demissões.

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A pressão do Sindicato por uma posição do Itaú já conseguiu que uma reunião fosse agendada para a quarta-feira 9. Até lá, os dirigentes sindicais esperam que o banco estanque as dispensas que, só em dois dias da semana passada, mandaram 160 trabalhadores para o olho da rua. Nas últimas semanas, já haviam sido demitidos pelos menos 300, boa parte deles na diretoria de operações de TI (DOTI). Caso os cortes continuem até a data da reunião, o Sindicato manterá as paralisações nos locais de trabalho.

> Itaú demite 160 e Sindicato paralisa atividades 

“Ainda não tivemos nenhum retorno concreto do banco, mas conseguimos agendar essa reunião, ainda que sem nenhuma garantia em relação às pessoas que já foram demitidas. Sabemos que a área de tecnologia passa por uma reestruturação e queremos debater isso com o banco”, diz Valeska Pincovai, dirigente sindical e funcionária do Itaú.

Entre os trabalhadores, o clima é o pior possível. “Nós vivemos um clima de terror, chegamos ao trabalho e não sabemos quais companheiros vamos encontrar ou não”, revelou uma analista de sistemas que trabalha no CTO do Itaú.

Outro, que trabalha no mesmo prédio, disse que não sabe se chegará no dia seguinte e verá os colegas dos quais se despediu no dia anterior. “Não tem como trabalhar de forma sadia em um ambiente assim”, desabafa.

“É uma situação insustentável para os bancários e sem qualquer sentido, já que os excelentes resultados do banco não justificam que seja feita nenhuma demissão”, reforça Valeska, lembrando que apenas nos primeiros nove meses de 2015 o Itaú lucrou R$ 18,059 bilhões, um crescimento de 20,7% na comparação com o mesmo período de 2014.


William De Lucca – 7/12/2015
 
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