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São Paulo – O fio condutor do evento que juntou seis centrais sindicais e entidades patronais de diversos ramos econômicos na manhã da quinta-feira 3, em São Paulo, é a necessidade de implementar com urgência medidas que façam o país voltar a crescer. Nesse sentido, os discursos foram próximos, enfatizando a importância de mudança de rumos na economia.
O chamado Compromisso pelo Desenvolvimento foi simbolicamente aprovado pelas aproximadamente 500 pessoas presentes. O documento, com várias diretrizes e propostas de retomada da economia, será levado na semana que vem a Brasília e apresentado ao governo. Está previsto encontro na quarta-feira 9 com a presidenta Dilma Rousseff.
> Conheça as propostas do documento e as entidades signatárias
“O debate que tem de ser feito é como voltar a crescer. A nossa agenda não é crise, Operação Lava Jato, impeachment, é como voltar a crescer”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, acrescentando que a central defende investigações, apurações e punições, mas para as pessoas físicas que cometeram crimes, não impedindo as empresas de firmar contratos e atuar em projetos, o que tem paralisado a economia. "As conquistas sociais e econômicas não podem se perder. E podem se perder não por causa de uma crise econômica, mas de uma crise potencializada pela situação política. Este ato é importante, nós unimos os atores em torno de uma agenda.”
Sem citar explicitamente os acontecimentos ocorridos em Brasília, com a instalação do processo de impeachment da presidenta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sindicalistas, empresários e lideranças de organizações da sociedade civil atacaram o prolongamento da crise política, que estaria alimentando continuamente a crise econômica.
O chamado Compromisso pelo Desenvolvimento foi simbolicamente aprovado pelas aproximadamente 500 pessoas presentes. O documento, com várias diretrizes e propostas de retomada da economia, será levado na semana que vem a Brasília e apresentado ao governo. Está previsto encontro na quarta-feira 9 com a presidenta Dilma Rousseff.
> Conheça as propostas do documento e as entidades signatárias
“O debate que tem de ser feito é como voltar a crescer. A nossa agenda não é crise, Operação Lava Jato, impeachment, é como voltar a crescer”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, acrescentando que a central defende investigações, apurações e punições, mas para as pessoas físicas que cometeram crimes, não impedindo as empresas de firmar contratos e atuar em projetos, o que tem paralisado a economia. "As conquistas sociais e econômicas não podem se perder. E podem se perder não por causa de uma crise econômica, mas de uma crise potencializada pela situação política. Este ato é importante, nós unimos os atores em torno de uma agenda.”
Sem citar explicitamente os acontecimentos ocorridos em Brasília, com a instalação do processo de impeachment da presidenta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sindicalistas, empresários e lideranças de organizações da sociedade civil atacaram o prolongamento da crise política, que estaria alimentando continuamente a crise econômica.
Nesse sentido, disse Sérgio Nobre, a decisão tomada por Cunha se choca com o objetivo do evento. “Que triste para um país como o nosso ter alguém que pensa no problema dele e não no país. Ele perdeu as condições de comandar a Casa. Esse caminho não interessa a ninguém. Agora é momento de ter responsabilidade. A disputa política é legítima, ela se resolve na urna e não com ação irresponsável para potencializar a crise”, ressaltou o sindicalista.
“Vamos para a rua para impedir o impeachment. Mais do que isso, para impedir o retrocesso”, avisou o presidente da CUT, Vagner Freitas (foto acima). “O povo outorgou um mandato que vai até 2018. Não pode ser interrompido por manobras de Cunha.”
Da mesma forma, disse o dirigente, o processo não pode continuar paralisando a economia – que também exige mudanças de rota. “Todos os que estão aqui são contra essa política econômica recessiva. O Levy [ministro da Fazenda, Joaquim Levy] não dialoga, ele não é um desenvolvimentista, é um rentista.”
Impulso – Para o presidente da Abimaq (entidade que representa a indústria de máquinas e equipamentos), Carlos Pastoriza, o que aconteceu na Câmara pode inicialmente agravar a crise, mas também servir de impulso “para que esse movimento [referindo-se ao encontro entre sindicalistas e empresários], que é de superação, seja mais relevante ainda”.
O diretor-superintendente da Abit (indústria têxtil), viu no encontro um alento, “um tiro de largada” para mudanças necessárias na economia. “O que nos divide sabemos resolver nas mesas de negociação. Tenho certeza de que o item que precisamos tratar de resgatar é a confiança. Não podemos dar 2016 como perdido.”
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, por sua vez, atacou: “A questão política está corroendo a economia brasileira. E a questão política é movida por interesses corporativos, às vezes interesses individuais”.
Questionado por jornalistas, o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, atacou diretamente Cunha: “Se ele estivesse mesmo respondendo ao clamor das ruas, já teria renunciado”.
Direitos – Vagner Freitas fez a fala de encerramento da cerimônia. Afirmou que as centrais não aceitam nenhuma redução de direitos trabalhistas. “Pensar no Brasil é pensar nos trabalhadores e trabalhadoras, na ampliação dos empregos e dos salários. Desenvolvimento não é acabar com a esperança dos trabalhadores. Creio numa retomada, numa unidade que nos leve a virar a página.”
Vagner reforçou que nos últimos 12 anos o Brasil viveu um período de crescimento, o que comprova a viabilidade do país, e lembrou “que os empresários ganharam muito, alguns mais até do que esperavam”, como a cobrar o fim do ciclo de reclamações que, segundo ele, encontram campo fértil na mídia tradicional: “Não precisamos acreditar na tese de terra arrasada, onde é preciso começar tudo de novo”.
Redação com Rede Brasil Atual e CUT – 3/12/2015