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Chapéu
Caged

Com lucros exorbitantes, bancos deveriam criar empregos

Linha fina
Ao invés disso, setor eliminou 1.574 postos de trabalho entre janeiro e outubro, e teve pequeno saldo positivo (167 vagas) em outubro. Para Sindicato, bancos deveriam contribuir para o desenvolvimento do país 
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Os bancos, um dos setores mais lucrativos da economia brasileira, cortaram 1.574 postos de trabalho entre janeiro e outubro deste ano. No entanto, o saldo do mês de outubro foi positivo, com a criação de 167 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

“Juntos, os cinco maiores bancos [Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa] lucraram R$ 65 bilhões somente até agosto desse ano. E esse resultado é 20,4% maior do que o apresentado no mesmo período de 2017. Ou seja, eles lucram alto e cada vez mais. Portanto, deveriam criar empregos e não extinguir vagas”, critica a diretora executiva do Sindicato Marta Soares.

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> Lucro do Santander soma R$ 8,99 bi nos nove primeiros meses de 2018

Marta lembra que os bancários estão sobrecarregados em agências e centros administrativos, por conta do número reduzido de funcionários. “Os bancários são uma das categorias que mais adoecem, e um dos motivos é a sobrecarga crescente e exigências constantes para bater metas cada vez maiores. Os bancos estão lucrando à custa da saúde do trabalhador e dos juros e tarifas exorbitantes que cobram dos clientes. Em troca disso, devolvem desemprego e serviços cada vez mais precarizados à sociedade”, denuncia.

Caged

Os bancos múltiplos com carteira comercial (categoria na qual estão incluídos BB, Itaú, Bradesco e Santander) tiveram saldo positivo de empregos em outubro, com a criação de 168 vagas. No entanto, o saldo de janeiro a outubro é negativo, com a extinção de 702 postos de trabalho. 

Já a Caixa, que ocupa sozinha a categoria caixas econômicas do Caged, teve saldo negativo em outubro (- 14 empregos) e negativo também no acumulado do ano (janeiro a outubro): já cortou 1.035 postos de trabalho. O que deve se agravar ainda mais com o novo PDE (Programa de Desligamento de Empregado) aberto pelo banco público, cujo objetivo é dispensar mais 1.626 empregados. Os empregados tinham até 30 de novembro para se apresentar, mas o banco ainda não divulgou quantos sairão.

“A redução do número de empregados na Caixa prejudica os trabalhadores na medida em que sobrecarrega ainda mais os bancários e prejudica também a população, que usufrui do papel social do banco, como financiamento da casa própria e programas sociais”, destaca o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.

Os cinco maiores bancos que atuam no país são responsáveis por 90% dos empregos bancários. 

Rotatividade

Entre janeiro e outubro, os bancos admitiram 24.881 trabalhadores e desligaram 26.455. Essa rotatividade também diminui os gastos com mão de obra, uma vez que os admitidos entram ganhando bem menos que os que saíram. Em média, o salário de quem entrou é 66% da remuneração de quem saiu, segundo o Caged.

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