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Chapéu
Segurança nas unidades de negócio

Bancários reforçam à Fenaban que vida é mais importante que lucro dos bancos

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Arte composta por foto de homem mascarado apontando uma arma, sobposta ao texto "Bem vindo ao banco"

O Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta segunda-feira 20, para negociar a segurança nas chamadas “unidades de negócios”, que são agências bancárias sem atendimento de caixa.

Os representantes dos trabalhadores bancários reforçaram que os bancos têm de colocar as vidas dos bancários e clientes na prioridade da segurança bancária.

“Entendemos que o fechamentos de centenas de agências e milhares de demissões promovidos pelos bancos acaba concentrando o maior atendimento nas unidades remanescentes e, mesmo com os bancos transferindo boa parte dos seus serviços para correspondente e lotéricas, ainda há movimentação nas agências, seja ela de negócios ou tradicional”, disse Carlos Damarindo, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e membro do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

A alegação da Fenaban é que o custo da segurança é alto em referência às novas formas de bancos digitais, que operam com poucos funcionários e não têm custos com agências físicas, já que não as possuem.

“Mas o que se cobra de taxas e tarifas é mais do que suficiente para manter todo aparato de segurança. Os bancos têm de reconhecer que, devido ao desgoverno que resulta no desemprego, a violência vem aumentando, e devem ter prioridade as vidas dos clientes e trabalhadores, que são os responsáveis pelos lucros dos banco”, afirmou Carlão.

O coordenador do coletivo, Elias Jordão, enfatizou que todos os segmentos da sociedade estão preocupados com a segurança. “Em prédios comerciais, por exemplo, as pessoas precisam se registrar, tirar fotos e passar por catracas para entrar. Os bancos estão indo na contramão, retirando portas de segurança e vigilantes das agências alegando que precisam reduzir custos para ‘se manterem vivos’”, disse.

Unidades de negócio

Os bancos estão transformando agências bancárias nas chamadas “unidades de negócio”, sem atendimento de caixa, sem portas de segurança e sem vigilantes.

“Eles alegam que não existem riscos por não haver circulação de numerário, mas existem caixas eletrônicos e existem denúncias de que funcionários manipulam valores e precisam atender demandas de clientes que vão até o local para efetuar saques e outras operações”, observou Elias. “Também recebemos muitos relatos de agressões de bancários por clientes e usuários que não se sentem adequadamente atendidos nestas ‘unidades de negócio’ e, sem vigilantes, se sentem à vontade para agredir os funcionários”, lamentou.

A Fenaban apresentou uma série de slides para justificar a mudança de perfil de agências. “Vamos analisar com cuidado as informações para apresentar nossa posição. Mas, é preciso que fique bem claro que, entre a manutenção da rentabilidade dos bancos e vida dos bancários, vamos sempre optar pelos trabalhadores. Muitos trabalhadores já perderam sua vida por causa da má gestão que o governo Bolsonaro deu à pandemia. Não podemos correr o risco de mais trabalhadores perderem suas vidas”, disse o coordenador do Coletivo de Segurança Bancária. “Até porque, por mais que a Fenaban alegue que a concorrência está ganhando mercado e os bancos estão perdendo rentabilidade, eles continuam ganhando muito. E vidas valem muito mais do que lucro”, concluiu.

O Coletivo solicitou os dados apresentados pela Fenaban e vai analisá-los com cuidado. Somente depois desta análise outra reunião será marcada, provavelmente em março.

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