São Paulo - Há grande divergência entre os investimentos em segurança anunciados pela federação dos bancos (Fenaban) e os dados que constam no balanço das instituições financeiras.
De acordo com os banqueiros, em reportagem da Agência Brasil veiculada no último dia 6, “os investimentos em segurança cresceram de R$ 3 bilhões no início dos anos 2000, para R$ 9,4 bilhões nos últimos anos”.
Mas estudo feito pela subseção do Dieese da Contraf-CUT, com base nos balanços dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal) publicados de janeiro a setembro de 2011, foram destinados somente R$ 1,9 bilhão em despesas com segurança e?vigilância – enquanto o lucro dessas instituições no período bateu a casa dos R$ 37,9 bilhões.
Comparado a 2010, constata-se uma queda de 5,45% para 5,20% na relação entre o lucro e os gastos com segurança.
Para o diretor executivo do Sindicato, Daniel Reis, que participa das reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada da Polícia Federal, os bancos têm de informar exatamente o que gastam com a proteção à vida. “Nesses mais de R$ 9 bi, as instituições podem incluir desde gastos com a segurança do presidente do banco até segurança virtual, dos cartões de crédito, por exemplo”, explica Daniel.
“Queremos mais transparência para saber quanto desse investimento vai para vigilância, portas, câmeras de monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas, biombos, divisórias individualizadas entre os caixas e abertura e fechamento de unidades por empresas especializadas em segurança, dentre outros itens fundamentais para proteger trabalhadores e usuários dos bancos”, afirma o dirigente. “Dos R$ 9 bi, cerca de R$ 400 mil foram gastos com o que chamam de ‘infraestrutura’. Isso dá ideia de que estão devendo muito para aumentar a segurança dos empregados e usuários”, completa o dirigente sindical.
Os dados serão novamente cobrados dos bancos na reunião da mesa temática de segurança bancária que deve ser retomada em 2012.
Redação, com informações do Valor Econômico - 12/1/2012
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Sindicato defende transparência na divulgação dos dados para que trabalhadores e sociedade saibam corretamente quanto é destinado pelos bancos para proteção à vida
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