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Cliente quer atendimento em agência

Linha fina
Apesar do aumento vertiginoso no número de correspondentes bancários nos últimos anos, poucos serviços são feitos por esse canal de atendimento
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São Paulo – Os brasileiros querem ser atendidos em agências bancárias. Essa é uma das conclusões de estudo publicado pela Bankable Frontier Associates (BFA), instituto americano especializado em inclusão financeira.

O levantamento, divulgado em novembro passado, mostra que os usuários vão aos correspondentes bancários (CB) – em padarias, farmácias, lotéricas e supermercados –  principalmente para pagar contas. Outros serviços, que rendem mais aos bancos, são realizados somente em agências.

Foram entrevistados 2,8 mil brasileiros em todo país e a conclusão é de que 68% pagam regularmente pelo menos uma conta em correspondentes bancários. No entanto, apenas 9% depositam regularmente e 12% sacam dinheiro por intermédio desse canal. São 4% os entrevistados que abriram sua conta via correspondente e só 6% tomaram crédito por um CB.

“CBs são selecionados porque são mais convenientes, não porque eles são mais confiáveis ou seguros. E quando é dada a escolha, as pessoas relatam que preferem fazer transações em agências bancárias ao invés de CBs”, informa um trecho do estudo.

Lugar errado – Outra conclusão do levantamento da BFA aponta como os correspondentes estão distantes do aclamado objetivo de bancarizar o país. Os mais pobres e os moradores de pequenas cidades do Nordeste estão entre os mais propensos a usar os CBs para realizar saques ou fazer depósitos. As chances de uma pessoa de uma pequena cidade no Nordeste utilizar correspondentes para depósitos são 33% maiores do que para o resto do país.

No entanto, justamente nessas localidades é registrada a menor presença dos correspondentes. No Norte estão 4% deles, no Centro- Oeste 9%. Nordeste e Sul contam com 20% cada. Já o Sudeste, região que concentra o maior número de agências bancárias, estão 47% dos CBs. Para dar uma ideia, enquanto no Sudeste existem 2,6 agências por cada 10 mil pessoas economicamente ativas, no Norte e no Nordeste esse número cai pela metade (1,3).

Desde 2003, o número de correspondentes no Brasil aumentou 1.011%, enquanto o número de agências cresceu apenas 35%.

“Os bancos estão perdendo uma grande oportunidade de abrir mais agências, contratar mais bancários e colocar em prática a verdadeira inclusão bancária”, critica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “O Brasil está crescendo, há mais dinheiro em circulação e as pessoas querem canais confiáveis e seguros para realizar operações mais complexas, negociar crédito, fazer investimentos, que não somente o pagamento de contas.”


Cláudia Motta - 9/1/2014

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